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Na rua pouco movimentada, embaixo da mangueira mais frondosa, instalou sua banca, dispondo os quatro modelos de relógio e a pequena placa anunciando em letras vermelhas:
“VENDEDOR DE TEMPO”.
Uma semana depois ganhou um vizinho muito simpático prenunciando:
“VENDEDOR DE LEALDADE – Não Fazemos Trocas”
Depois apareceram mais dois, nas placas:
“VENDEDOR DE ÉTICA – Não Permutamos”
“SABEDORIA – Vendemos ou Transferimos”.
Outros começaram a aparecer e anunciavam:
“CORAGEM – Produto com Garantia”
“VENDEMOS VERGONHA”
“COMPROMETIMENTO – Em Oferta”
“DESEJO – Para Todas As Idades”
“RESPEITO – Vendemos e Reformamos”
VISÃO – Menor Preço”
Na rua pouco movimentada, foram surgindo dezenas de novos ambulantes, barracas coloridas, alto-falantes, comida e música. Parecia um sucesso que ia durar. O pequeno espaço que ocupavam logo tomou toda a extensão das ruas adjacentes. Pessoas vinham de bairros distantes e com elas vieram os fiscais, condenando o local ao mesmo tempo em que abriam a barraca.
“BANCA DE NEGÓCIOS – Vendemos Propina”.
Tinha dado tudo certo.
MQ
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sexta-feira, 13 de março de 2009
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