quarta-feira, 31 de maio de 2023
terça-feira, 30 de maio de 2023
segunda-feira, 29 de maio de 2023
domingo, 28 de maio de 2023
canto
dos corpos
sou bainha que
recebe
a lâmina fria do
terçado
de terça a terça
de todas as
semanas da lida
vivo
espetado na
exuberância
que a simplicidade
não imita
sei andar
navego
e tenho liberdade
dos gestos
de conhecer até a
próxima curva
sou negado em
generosidade
de peixes e frutos
no desmazelo de
quem me aparta
sou também a
conformação
inconformada em
mim mesma
imito a floresta e
o rio
crio histórias pra
esquecer
lembrando
quem posso ser,
sendo
sábado, 27 de maio de 2023
sexta-feira, 26 de maio de 2023
quinta-feira, 25 de maio de 2023
quarta-feira, 24 de maio de 2023
canto da semente
broto pelos cantos
corro em bicos e
corpos
voando
sei nadar
sonho em frutos
e viro galhos
entrelaço
crio espaços
quero o sol
sou o pólen no
labor
em mistura
de flor
semeada
dou-me inteira
sustento tua boca
abrigo-te sedutora
quando me busco
sozinha na terra
luto bravamente
pra ser de verdade
semente
terça-feira, 23 de maio de 2023
segunda-feira, 22 de maio de 2023
domingo, 21 de maio de 2023
sábado, 20 de maio de 2023
canto das margens
sou lugar de
chegar
e partir
sou paralela
ponto por ponto
às
vezes, me aproximo
e quase beijo
receosa, me afasto
mas desejo
sou assim
indecisa por
inteiro
nunca me afasto
tanto
da outra margem
de mim
todos me querem
desde o olho
d´água
pensando que me
divide
até o outro lado
que tanto insiste
mas sempre faço
convite
quando espraio
em sedução
sou também
estrada, limitação
corro em águas
com a alma dentro
do chão
sexta-feira, 19 de maio de 2023
quinta-feira, 18 de maio de 2023
quarta-feira, 17 de maio de 2023
terça-feira, 16 de maio de 2023
canto dos afluentes
seiva silenciosa
matando arredores
deixado nascer
o verde e o maduro
conduzindo o homem
rio
servindo-lhe mesa
farta
ensinando aonde ir
seiva silenciosa
canto dolente
afluentes
que depois viram
braços
entrando
alimentados
e alimentando
fertilidade
vão indo
convivendo
semeando
seiva e silêncios
com seus gritos
segunda-feira, 15 de maio de 2023
domingo, 14 de maio de 2023
sexta-feira, 12 de maio de 2023
quinta-feira, 11 de maio de 2023
quarta-feira, 10 de maio de 2023
terça-feira, 9 de maio de 2023
canto de abertura (canto da terra)
a floresta range
num rio dentro de
nós
o rio ruge
na floresta aqui em
nós
orai por eles
orai por nós
sons de lendas
visagens que ardem
rogai por nós
mãos postas em
desafio
vento indo
rodopiando as
direções
da hora norte
rogai por ele
zelai por nós
corpos em eito de
águas
impregnados
escorrendo
anchos
esquecidos
orai por eles
rogai por nós
alma de floresta
esfarrapada pungindo
orai por ela
rogai por nós
alma de rio
se amiudando
sumindo
orai por ele
rogai por ele
zelai por nós
afluentes homens
rios
calados passando e
vendo passar
leito lodo ruindo
homem vindo
da aridez de mãos
tardias
e intenções vazias
bisbilhotando
escolhendo
vindo
vindo
a floresta range
num rio
o rio ruge
na floresta
urge
urge
juntai os homens
rios
das margens e matos
com seus calos
e terçados
juntai seus afluentes
em estridência de
águas
suas chuvas
em emoção de pranto
juntai sementes em
húmus férteis
maternais
juntai seus
habitantes
mais primitivos
sabedores dos seus
mistérios
seres rudes
mas racionais
predadores de mãos
limpas e férteis
juntai floresta e rio
suas entidades
suas lendas em labaredas
o espírito dos seus
mortos
que vivos
estão impregnados
nas suas águas
solidárias
no seu verde calado
e quando todos
juntos
estiverem na oração
maior
que é reunir
somente um grito
será dado
escolhendo com as
entranhas
o que se quer daqui