Justificavam o que
parecia justo. Um afirmava o amor o outro a paixão e diziam isso claramente. Os
dois estavam mentindo.
Metáforas tiraram a
afiação das palavras. Deslealdades desvendadas e a falta de limites foram
imputadas a razões egoístas, como coisa humana convivendo.
Os melhores momentos
não eram parte daquele ato.
O que um idealizou do
outro não estava mais no jeito dos olhos, tinha se perdido em momentos
diferentes e fazia muita falta.
Para um, viver tudo
que pudesse. Havia muita vida em
si. Para o outro, o melhor do que tivesse, havia muita morte
em si.
Na mesa, a toalha
manchada de molho, a bebida que não embebedava. Parecia um momento comum.
Quantidade e
qualidade provavam da mesma perda, a verdade dizia suas mentiras e a mentira
suas verdades.
Em volta, na outra
mesa, a decepção começava a beber com o ódio; o perdão pedia a conta e tentava
retirar o amor e a paixão embriagados do local.
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