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De um mote de Paulo Fraga e para ele
Um poeta acadêmico
Saiu na sacada da frente
Olhou pra esquina da rua
E viu o povo adjacente
Não mostrou seus versos
Amestrados noutros modos
Não podiam saber entender
Receitava seus arrogos
Um país de iletrados
Não merece meu poema
Pensou, prezou e entrou
Pra dentro da sua cena
Um poeta do povo
Parou no momento da esquina
Nos seus versos de verdade
Recitou seu modo e rima
Não deixou nenhum passante
Sem lembrar alguma estima
Em seu modo postulante
Escolheu matéria-prima
Um país tão judiado
Carece do meu poema
Pensou, bradou e fincou
A vida em sua cena
Amargura da nossa língua
No jeito de dois irmãos
Um exprime tão claro
O outro não tem noção
MQ
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quarta-feira, 4 de março de 2009
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