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terça-feira, 29 de novembro de 2016
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Baia de Guajará – primeira travessia
De imensidão
Os dias
doíam
A água era o chão
O barro
agarrava
E a noite
sentia
A primeira
verdade
O mais rústico
Pôs-se no olhar
O cansaço
Desejou se largar
Engenhando a vida
No novo plantado
Lambendo as feridas
Do velho
lembrado
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sábado, 26 de novembro de 2016
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
enlace
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enlace
levezas se apalpando
misturando desejos
gestos acordando...
em desvendamentos
enlace
levezas se apalpando
misturando desejos
gestos acordando...
em desvendamentos
espaço da delicadeza
do arrebatamento
de gostos e cheiros
entremeados
confundindo
um corpo e outro
tirando de cada instante
a eternidade
para desmorrer
enquanto morrem
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do arrebatamento
de gostos e cheiros
entremeados
confundindo
um corpo e outro
tirando de cada instante
a eternidade
para desmorrer
enquanto morrem
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Marcos Quinan,
poesia brasileira
terça-feira, 22 de novembro de 2016
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
Último encontro
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A revelação não o surpreendeu;
suspeitava desde muito, na infância, na mocidade. Sempre uma coisa estranha,
espécie de comichão dando no centro do corpo e uma coisa saliente no pensamento
vazando inteira para as extremidades dos membros. A atenção redobrava, os
sentidos aguçava o raciocínio formulado com muita rapidez, quase aviltava o
interlocutor.
Ela era bela e sofisticada, curvava o
olhar enquanto falava, parecendo querer ser interrompida, confrontada com
alguma razão. Ele apertava os olhos e disfarçava dúvidas, não contracenava.
Ouvia. Só ouvia.
A revelação veio entre a intenção das
palavras. Claro como aquela tarde quente, estranha como as probabilidades do
seu corpo. Ele era um demônio...
Sim, um demônio, sentia, sentia ser.
Foi como um rastilho de pólvora aceso, seu pensamento correu o passado todo.
Era mesmo, lembrava-se a cada momento de suas transmudações ao longo da vida.
Queria rir, gargalhar, mas se conteve.
Impassível, ouviu a transgressão confessada, o desejo de remissão impresso na
voz. Viu nos olhos molhados nostalgia e nenhum arrependimento. O esforço que
ela fazia para inventar uma história já não tinha importância. Era só um espectador.
A beleza ele já roubara. O arbítrio da fé não o interessava. Apenas ergueu o
copo. Em silêncio, brindou ao pecado que a colocara inteira no seu inferno
particular.
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