domingo, 31 de janeiro de 2010

RIO NEGRO - GESTOS DE CADA LUGAR

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Fotografia: Digo

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Rio Negro

São Miguel, Tukano,
Arwake, Maku...
Erê! Negro descendo...
Erê! telelém... telelém...

Água limpa da fonte
Caminhando no tempo
Encurtando caminhos
Semeando o momento

Água velha e forte
Atravessando histórias
Ressoando silêncios
Passando memórias

Erê! Negro descendo...
Erê! telelém... telelém...
São Miguel, Tukano,
Arwake, Maku...
Erê! telelém... telelém...

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MQ

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DIÁRIO CONTEMPORÂNEO DE FOTOGRAFIA - BELÉM

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sábado, 30 de janeiro de 2010

SANTO JUSCELINO - GESTOS DE CADA LUGAR

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Fotografia: Digo


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Santo Juscelino


Canto, dança, jogo e festa...
Vou tomar o caxiri
E olhar por cada fresta
O Brasil que tem aqui

A onça quer sua carne
O padre cobiça o queijo
Soldado quer um pedaço
Tukano ri do que vejo

O mundo feito de gente
Taracuá. Erê! Telelém...
De gente de todo lugar
Telelém... Telelém...

Juscelino foi o santo
Mais bonito que eu já vi
De fora duma igreja
O Brasil todinho ali
Telelém... foi lá por longe
Telelém... foi lá que eu vi


MQ
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VANDER LEE - A COR DE FUBÁ - SAMBA DE LUIZ - NILSON CHAVES - BELÉM

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

SERES COLETIVOS - NEI DUCLÓS

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PEGADA

Sou folha no ar
não faço alarde
Grito uma vez
depois me calo

Voz de ninguém

tombo de orvalho

Sou fole de mar
eco de praia
Vento alto
na noite solar

Luz de nenhum

lugar
Sou louco luar
de torna-viagem
sopro mortal
silêncio amargo

Trouxe o bolso cheio de balas
Pólvora do coração ao largo
Volta, que eu entendi a rosa
Fica, antes que eu te estrague.

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Nei Duclós http://outubro.blogspot.com/
Seres Coletivos - http://serescoletivos.com/

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RUY GODINHO - RODA DE CHORO

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RODA DE CHORO – SÁBADO – DIA 30.01.10

Especial Naipes

O RODA DE CHORO deste sábado vai ser especial, isso porque durante todo o programa vamos falar sobre os naipes de uma orquestra ou de uma formação instrumental: naipes de percussão (metais e madeira), naipes de sopros (metais e madeira), naipes de cordas, naipes de vozes, etc...

A produção convidou o maestro, professor, saxofonista e compositor Fernando Machado, que nos concedeu uma simples, porém esclarecedora aula sobre os naipes.

Na seleção musical, teremos como ilustração: Ney Rosauro (naipes de percussão); Coro e Banda Internacional Nossa Senhora de Fátima (canto Gregoriano) e Coral Encantos (naipes de vozes); Vivaldi e Quarteto de Brasília (naipes de cordas), Carl Stamitz (naipes de sopro/madeira), Benny Goodman, Banda Mantiqueira e ainda uma Banda de Música (naipes de sopro/percussão).

Ouça pela internet:

Rádio Câmara, Brasília:
www.radio.camara.gov.br (rádio ao vivo), sábados, 12h.

Rádio Roquette Pinto, Rio de Janeiro:
www.fm94.rj.gov.br
terças e quintas-feiras, 14h; quartas e sextas-feiras, às 2h.

Rádio Utopia FM, Planaltina-DF, quartas-feiras, 18h.

Produção e Apresentação: Ruy Godinho

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

RELÓGIO VELHO

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relógio velho
(marcos quinan / paulo fraga / eudes fraga)

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sonhos, alegrias

tudo passa

noites, longos dias

até a dor

o que não passa

é o meu amor

hoje eu sei que o tempo é lei

e que o tempo passa, eu sei

o que não passa

é o meu amor

vento, estrela-guia

tudo passa

sol, melancolia

até o desamor

o que não passa

é o meu amor

passa a vida

passa o que eu sonhei

nossa história

tudo que chorei

o que não passa

é o meu amor

luas, nostalgia

tudo passa

e quem sabe um dia

tu passarás também

o que não passa

é o meu amor

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zé luís mazziotti – voz
fernando merlino – piano elétrico
roberto stepheson – flauta
ocello mendonça – cello

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OLHARES

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OLHARES
..
..
.
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na madeira do serrado
.
a tonalidade-sentimento
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do amor rondando os dias
.
.
beleza
.
contendo verdades
.
que não sei dizer
.
por isso a entrego
.
aos seus olhos

instantes de simplicidade

testemunho do olhar

para o olhar

nas jaboticabeiras

colhi a doçura de lembrá-la

a chuva no sertão

umedeceu meu pensamento

pra sentir muita saudade

cabaças pareceram mundos novos

onde cabe

esse amor

meu olhar

quando sou o seu olhar

um ninho

em delicadeza

esse amor

riso

risos

assim estive com você

na brandura da alegria

que adivinho

entreguei o luar do sertão
.
com uma estrela solitária

a esse amor sem solidão

emoção do meu olhar

que é também o seu

e que é seu

palmeiras para lembrar buritis

e pertencimento


beleza gravada

na sua história

na minha história

se confundindo

desmisturadas



deixo o pensamento dizer

o que idealizo
.
do desejo
..
palavras dispostas nos versos
.
do seu corpo
.
e da sua alma
.
.
imaginados
.
inteiramente
.
vertiginosamente
.
.
momentos seus
.
só seus
.
mas de alguma forma meus
.
sorrateiramente
.
meus


o tempo desenhando

e entregando

beleza à memória do seu olhar
.
nosso quintal
.
já que é ponto de nascer

na concretude escolhida

é

riso

que percebo com a juventude

na minha memória
.

amor nascido

sem nascer

entregue sem corpo

para o poema da lembrança

negação geográfica

nos escondendo
.
.

temporalidade

que não tira o espaço

da minha saudade

por isso não imagino

seus lábios

sem os meus

seus gestos sem os meus

colocados

milimetricamente no que sonho
.

misturando sensações

criadas

para a fragilidade

de cada segundo

onde guardo esse amor


poderia descrer

não dizer

não te aprender
.
e não me saberes
.

nada posso exibir

senão o lirismo desabando

da minha poesia viva

é nela

que morro todos os dias

sonhando sua carne
.
no corpo de versos
.

contato íntimo

intenso como minha vida

entregue em solidão

misturada com meu olhar

que é seu
.
.

amorosamente
.
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MQ
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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

REDE DE ÁGUA - GESTOS DE CADA LUGAR

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Fotografia: Digo

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Rede de água


Erê! Tomei açaí
Atei minha rede no ar
Dormindo foi que me vi
Navegando pra Macapá
Erê! Telelém... nessas águas
Que sonho tem pra sonhar
Que chuva leva meus olhos
Esperando a saudade passar
Erê! Telelém... adormece
Que a noite vai navegar
Em volta de cada silêncio
Que ela tem pra contar
Vai levando o Viajeiro
Na forma de balançar
No rio que vira rede
Enquanto caminha pro mar

Erê! Terra Tucujú
Telelém... amanhã vou chegar
Atracando em Santana
Com sonhos que aqui vim sonhar
Telelém... telelém...


MQ
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EDUEPA - BELÉM

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VER-TE-BELÉM HISTÓRICA

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

OS IRRECUPERÁVEIS - BELÉM

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A INQUIETUDE - RIO DE JANEIRO

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VIA CARA NOVA NO CONGRESSO

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Senadores com ocorrências na Justiça:

http://caranovanocongresso.blogspot.com/2010/01/senadores-com-ocorrencias-na-justica-e.html



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TAVITO - RIO DE JANEIRO

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PAULO MOURÃO E SEU RIBEIRO - BELO HORIZONTE

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Fotografia - Grace Alves
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O violeiro, compositor e cantor Paulo Mourão divide o palco do Teatro Isabela Hendrix com o cantador do Vale do Rio das Velhas Seu Ribeiro num show intitulado "NA IMENSIDÃO DOS GERAIS" abordando a grandeza de Minas Gerais tanto em sua extensão geográfica quanto em sua diversidade cultural.
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Dia 27 de janeiro de 2010, às 21 horas, no Teatro Isabela Hendrix.

Valor do ingresso é R$ 10,00.

Outras informações pelos telefones: (31) 3244 7219 (Isabela Hendrix), 3637-1770 (Seu Ribeiro) e 8748 2815 (Paulo Mourão).

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domingo, 24 de janeiro de 2010

VINÍCIUS DE MORAES

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O dia da criação



Macho e fêmea os criou.
Gênese, 1, 27



Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar.

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguém bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.

Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.


Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado
Hoje há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado
Há um rico que se mata
Porque hoje é sábado
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado
Há um grande espírito-de-porco
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado
Há criançinhas que não comem
Porque hoje é sábado
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado
Há uma tensão inusitada
Porque hoje é sábado
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado
Há um garden-party na cadeia
Porque hoje é sábado
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado
Umas difíceis, outras fáceis
Porque hoje é sábado
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado
Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado
Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado
Há uma comemoração fantástica
Porque hoje é sábado
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado
Há a perspectiva do domingo
Porque hoje é sábado



Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens,
ó Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois, da fecundação da terra
E depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade, o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal, dona do abismo, que queres como
as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos
Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas
em queda invisível na
terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia
Não sofreríamos males de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda
e missa de
sétimo dia.
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das
águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos animais em [cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, freqüentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto Dia e [sim no Sétimo
E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábado.
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sábado, 23 de janeiro de 2010

GUIMARÃES ROSA

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GARGALHADA


Quando me disseste que não mais me amavas,
e que ias partir,
dura, precisa, bela e inabalável,
com a impassibilidade de um executor,
dilatou-se em mim o pavor das cavernas vazias...
Mas olhei-te bem nos olhos,
belos como o veludo das lagartas verdes,
e porque já houvesse lágrimas nos meus olhos,
tive pena de ti, de mim, de todos,
e me ri
da inutilidade das torturas predestinadas,
guardadas para nós, desde a treva das épocas,
quando a inexperiência dos Deuses
ainda não criara o mundo...

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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

JAC. RIZZO - "A insustentável leveza do ser"

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"Minha vida aportou aqui sem dizer
que ia ficar,
tal como a canoa do pescador
que pára junto a uma pedra,
sem saber se é por meia hora ou pelo dia inteiro.
Entendo que é apenas mais uma estação, nesta viagem
em demanda de coisa alguma."

Rubem Braga

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Seria bom se estivéssemos sempre prontos para partir.
Com a bagagem reduzida, para que atrapalhasse o mínimo possível.
Com os adeuses em dia, sem mágoas guardadas, nem amores reprimidos.
Livres de ranços passados, de sentimentos não resolvidos.
Seria bom! Partiríamos calmos, mansos, apaziguados com nós mesmos.

Partiríamos sem pensar em lugares não visitados,
em livros não lidos,
nos papéis guardados, que não serviram para nada,
em telefonemas que não demos, no amigo que não apertamos
num abraço cheio de calor e agradecimento.

Partiríamos livres e soltos e leves e conformados.
Pois que não houve palavra alguma que não foi escrita ou pronunciada.
Nenhuma emoção escondida, nenhum pensamento ignorado.
Erguemos diante do mar de nossa existência, todas as possibilidades.

Só assim é possível partir!
Só dessa forma não nos agarraríamos nas pedras que pensávamos
que segurassem nossas casas e amarrassem nossas asas e almas.
Nossas moradas são frágeis e efêmeras.
Tudo à nossa volta é feito de brisa.

E já transformados em éter, precisaríamos apenas
de um vento suave e doce.
Partiríamos embalados por canções e o ruído familiar do farfalhar
de folhas, como se fossem ainda em nossos quintais.

E na essência de nós, a certeza de uma palavra preciosa,
de gestos puros de carinho!
Levando, na memória da vida, só os amores
que amamos com tanta ternura!

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Jac. Rizzo - http://jacrizzo.blogspot.com/
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RUY GODINHO - RODA DE CHORO

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RODA DE CHORO – SÁBADO – DIA 23.01.10

O destaque do 1º bloco vai para a Coleção Princípios do Choro. Dois compositores serão enfocados: Mondego, que foi professor de música da Sociedade Musical Estrada Velha da Tijuca e Irineu Pianinho, que tocava flauta na Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, ambos nascidos por volta do ano de 1870.
No 2º bloco o destaque vai para Jacaré, codinome de Antônio da Silva Torres, nascido no Recife em 1930. Jacaré foi um grande mestre do cavaquinho, para o qual compôs verdadeiras obras-primas, que podem ser conferidas no LP/CD Choro Frevado.

No 3º bloco, o destaque vai para o premiado CD Saracoteando, segundo disco do grupo Água de Moringa, lançado em 1998 e que teve boa repercussão de crítica.

No 4º bloco, teremos a presença sempre bem vinda do “negro gato” Luiz Melodia e os choros e sambas de gafieira constantes no CD Estação Melodia, lançado em 2007.

No 5º bloco, com a colaboração do pesquisador Luiz Ayiô, vamos revelar o saxofonista e compositor paraibano Geová Lins e o som do CD Encontro de Chorões.

Ouça pela internet:

Rádio Câmara, Brasília: www.radio.camara.gov.br (rádio ao vivo), sábados, 12h.

Rádio Roquette Pinto, Rio de Janeiro: www.fm94.rj.gov.br
terças e quintas-feiras, 14h; quartas e sextas-feiras, às 2h.

Rádio Utopia FM, Planaltina-DF, quartas-feiras, 18h.

Produção e Apresentação: Ruy Godinho
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

WANDA MONTEIRO - O BEIJO DA CHUVA

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SUBMERSO EM SEU DOMÍNIO
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Mais
Que do Homem
Sexo
Supremo
Convexo
Que lhe rende
Invade
Toma

A Mulher
Quer saber do Menino
Semente
Que prepara

Crescendo
Nadando
Sonhando
Na umidade de seu Templo
Líquido
Sagrado
Côncavo
Submerso em meu domínio.
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SÃO GONZAGA - UM LUGAR CHAMADO RONCADOR

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são gonzaga
(eudes fraga / marcos quinan)



em qualquer pé de serra
que se encontre o sertão
nenhum fole fala baixo
nenhum fole cala não
quando prega conselheiro
quando reza são rumão
quando canta cangaceiro
congregando lampião
quando toca sanfoneiro
ninguém se agüenta não
salve a zabumba no sertão troando
salve o fole no forró resfolegando
salve seu gonzaga lá no céu mostrando
como é que se dança o baião
salve o abôio do seu canto embalando
é xote é xaxado é galope embolando
abençoado quem te viu cantando
oh meu são gonzaga do baião
em qualquer pé de serra
que se encontre o sertão
há de sempre um vaqueiro
honrando o seu gibão
aboiar o ano inteiro
em gestos de contrição
há de sempre sem receio
seguindo frei damião
o povo juntar inteiro
e lutar pelo seu chão
salve a zabumba no sertão troando
salve o fole no forró resfolegando
salve seu gonzaga lá no céu mostrando
como é que se dança o baião
salve o abôio do seu canto embalando
é xote é xaxado é galope embolando
abençoado quem te viu cantando
oh meu são gonzaga do baião
baião... baião...

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waldonys – voz e acordeom
eudes fraga – voz
fernando merlino – piano elétrico
pantico rocha – bateria
marcelo mariano – baixo
roberto stepheson – sax soprano
fernando carvalho – violão de 12

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

GESTOS DE CADA LUGAR

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Fotografia: Digo
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Terra Tucujú


Erê! Terra Tucujú...
Erê! Clícia-Flor... Telelém...
Erê! Seu marido de amor...
Telelém...
Telelém...
Telelém...
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Bebedouro


Gengibirra tomei na cuia
Bebendo um tantão de luar
Comi filhote na brasa
Desejo não sei disfarçar

Na orla tomando vento
Olhei e pensei quase mar
Soprando só alegria
Que vinha pra ensinar
A lidar com o bravio
Quando batuque eu dançar

Camarão cozido no bafo
Marabaixo já sei tocar
Formigueiro, ai deu saudade...
Da gente de cada lugar

Bebedouro me bebeu
Telelém cantei foi lá
Ritmado em Tucujú
Curiaú e ancestrais
Erê! Telelém... telelém...

MQ
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MÁRCIA CORRÊA - Até ontem

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Nunca mais palavra minha

Refluxo de dor na garganta
Parede inacabada e fria

Nunca mais palavra mal dita
Assim mesmo inescrita
Contrário da regra formal
Intrépida, quase carnal

Nunca mais palavra bêbada
Inebriada de autorias
Rugas na escrita sombria
Velhos vícios de amar

Nunca mais inacabar

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Márcia Corrêa - http://novopapeldeseda.blogspot.com/
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SELMA PARREIRA - CIDADE DE GOIÁS

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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

ERÊ! MAZAGÃO VELHO - GESTOS DE CADA LUGAR

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Fotografia: Digo
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Erê! Mazagão Velho

Passo do novo pro velho
No dia inteiro de chegar
Na festa que é do Divino
E o marabaixo vai contar

O telelém canto baixinho
Com intenção de rezar
Minha oração de folia
Que trouxe pra festejar

Aumento qualquer alegria
Que é nela que sei lutar
Sou como o santo Tiago
Que chega de todo lugar

Erê! Mutuacá
Feliz em sua jornada
Vim lavar nessas águas
Cansaço e pó de estrada
E trazer o meu caminho
Pra perto de sua braçada
Erê! Telelém... telelém...


MQ
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

BREGANHA


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breganha


pareceu agora na minha lembrança
um caso do diabo que se assucedeu...
muitos ano atráis
lá nas bera do ri do braço
rosinha ruim dos peito
nem ia iscapá,
famia tudo avisado
a mãe, as irmã, as tia
puxava reza, fazia promessa
era uma consumição vê ela daquele jeito
benzedô num dava jeito,
dotô só balangava a cabeça
desacorsoado
i’eu no meu canto
me apegava com pai de todos e nada
foi aí que resovi chamá o dêmo
e fazê breganha
vida de rosinha prá cá
arma pecadora prá lá
foi como se o coisa ruim tivesse esperano,
de repente rosinha miora,
fica boa que os dotô
e benzedô num creditava
vinha de longe prá vê
i’eu no meu canto
isperano o rabudo cobrá o trato
numa tremedeira
nem durmino tava
e deu-se um tempo
desalembrei do beiçudo
que num vinha acertá
um dia tano tocano boiada
só animá pejado de brabeza
e muita pricisão de chegá
no relance
apareceu o vermelhão,
o ronca-quente
capeta no duro
pele carroquenta
e chifrão afiado

- vim te buscá
- agora num vô, tô cheio de sirviço
- trato é trato
- tem que isperá
- vou te levá
- agora num vô, tô ocupado
- ocê tratô tem que pagá
- pagá i’eu pago, mais tem que isperá

dipois de muita discussão
o gramulhão intestô
e bufando veio prá riba de mim
i’eu num devorteio
garrei o rabo dele e dei um nó
o bichão saiu pulando,
peidando e cagando fidido
era bosta do dêmo prá tudo que é lado
do carvueiro até a meia légua
ficou uma catinga só
no rasto do beiçudo
pulano cerca
da feita que o feioso nunca mais vortô
i’eu num temo a morte
pur sê coisa certa
mais arma minha na rezança do céu
vai parecê não

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MQ
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SEU RUFINO - UM LUGAR CHAMADO RONCADOR

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seu rufino
(eudes fraga / marcos quinan)


quando o ser nasceu
macuco pousou na copa
e o ar silenciou
quando o ser nasceu
o grito que ele deu
pela boca de um passante
foi rufo de um rufino
lambendo a escondição
o verbo irreverente
gemendo um apagão
no céu o preto se pôs
de susto, invocação
tremeu o mato verde
pulou os rios do chão
e o ato virou fato
amarrado fora das mãos
e o canto desse jitinho
acochou a imensidão
a história de macunaima
resvalou sem atenção
quando o ser nasceu
macuco pousou na copa
e o ar silenciou
quando o ser nasceu
cortou o mapa da raça
plantando uma nova nação
nas raízes de roraima
nos gritos de um pregão
o rufo de seu rufino
ressoou pelo desvão
trincou os ferros armados
da altura caiu cordão
o rufo de seu rufino
estalou feito carvão
lançou língua, mão de laço
reformou toda a ação
o rufo de seu rufino
fez brilho de zelação
remunhou pelos caminhos
colhendo outras canções


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paulo façanha – voz
eudes fraga - coro
fernando merlino – piano elétrico
pantico rocha – bateria e percussão
marcelo mariano – baixo
reno saraiva - acordeom

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domingo, 17 de janeiro de 2010

LUIZ ALBERTO MACHADO - MACEIÓ

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ÊRE! MARABAIXO DE RUA - GESTOS DE CADA LUGAR

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Fotografia: Digo

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Erê! Marabaixo de rua


Erê! Marabaixo de rua
Lá vem a caixa a rufar
Juntando os peregrinos
Nessa oração de cantar

Erê! Marabaixo de rua
Gengibirra pra alegrar
O dia que é do Divino
E da gente desse lugar

Erê! Marabaixo de rua
Um caldo pra sustentar
Essa casa sempre aberta
Pra dança que veio rezar

Erê! Marabaixo de rua
A porta já esta aberta
Dentro do meu coração
Já ergui o mastro da festa
Telelém... telelém...


MQ
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