segunda-feira, 31 de julho de 2023

Joãozinho Gomes Auto-Resumo-Histórico Eu me chamo João Batista Gomes filho, (Joãozinho Gomes) poeta, compositor, nascido na cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, em 20 de Outubro de 1957. Minha história começou em 1973 quando aos 15 anos passei a me interessar pela literatura após ter ganhado de minha mãe o livro O Corsário Negro, um clássico do escritor italiano do fim do século XIX, Emilio Salgari, a partir daí o gosto pela leitura e o interesse pela literatura deixaram de ser simplesmente um veículo de prazer e entretenimento e passaram a fazer parte das minhas atividades ao ponto de tornarem-se necessárias ao meu cotidiano. Em pouco tempo, apenas a leitura já não mais me satisfazia, eu sentia que estava faltando algo a mais em relação àquele universo todo, pressentia que podia fazer parte daquele mundo de maneira mais direta, de maneira mais integrada e intensa, a literatura já me fascinava, já me arrastava para arriscar-me aos primeiros versos, desejo este que me levou a procurar informações a respeito dos poetas e suas poesias maravilhosas, foi quando me deparei com as poesias de Carlos Drummond de Andrade, Jorge de Lima, e do não reconhecido mas magnífico poeta paraense Max Martins, e esses achados foram a gota d’água, depois desses poetas tão agradecidamente citados, passei a ler todos os poetas brasileiros a que tive acesso naquele período de intensa procura, em seguida, em meio a um total escafandro, acabei por descobrir um irretocável tesouro, a genialidade de João Guimarães Rosa, e me apaixonei eternamente por uma obra que a mim sem sombra de dúvidas é o mais inspirado e importante romance da literatura mundial, refiro-me a, O Grande Sertão: Veredas. Após o mergulho ao Sertão de Guimarães fui à literatura francesa onde li As Iluminações e Uma Temporada no Inferno de Arthur Rimbaud, As Flores do Mal e Pequenos Poemas em Prosa de Charles Baudelaire, entre outros, enveredando assim pela poesia universal, sempre lamentando em ter que me contentar com as traduções (sem as desmerecer é claro, pois os tradutores em sua grande maioria são exímios poetas) por não dominar outra língua além da portuguesa. Em 1974 eu tive contato direto com a música popular, instalou-se então em meu tempo de buscas mais um começo, fui arrebatado por aquela novidade que me puxou para si definitivamente. Entre Cartola, Noel Rosa, Dorival Caimmy, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Tom Jobim, Chico Buarque de Holanda, Elis Regina, Gal Costa, Maria Bethânia entre outros... surgiram Os Secos & Molhados, o Raul Seixas, o não tão famoso mais genial Sérgio Sampaio, a percepção à importância do Roberto Carlos e a sensacional genialidade dos mestres Hermeto Pascoal e Sivuca. Em 1976 quis o acaso, por um erro de parada de ônibus, que eu me encontrasse com uma turma de jovens que se reunia na esquina da Av. 1° de Dezembro com a Rua Itororó, ( hoje infelizmente chamada de Dr. Enéas Pinheiro) ao me aproximar ouvi o som sempre agradável de um afinado violão, percebi também que aquela turma de jovens não só tocavam violão e bebiam vinho e conversavam como costumam fazer os que têm a música apenas como um mero passatempo, mas sim como quem a trata como algo fundamental ao bem estar da humanidade, e eu estava certo, ali estavam reunidos jovens artistas, compondo músicas, discutindo sobre teatro, artes plásticas, cinema, dança, fotografia, sobre todos os segmentos de arte, e me receberam tão bem, fui recebido como se há tempos eu fizesse parte daquele grupo de jovens que como eu estava muitíssimo interessado em arte. E foi ali, naquele ponto de luz que eu conheci o meu primeiro parceiro, o Lôbel, um compositor e apaixonado pesquisador de música que imediatamente se tornou meu amigo e cuidou de me incentivar a ir afundo naquilo a que eu estava me propondo. Logo, logo começamos a compor juntos, e assim se abriram para mim as portas da música popular: daquele dia adiante passei a errar a parada do ônibus e a acertar os meus passos em direção aos meus sonhos. Em 1978 conheci os independentes: compositores e cantores maravilhosos que não tinham acesso às grandes gravadoras da época e editavam os seus discos a conta própria e os distribuíam de mão em mão pelo Brasil a fora, o movimento independente, encabeçado por artistas como o maestro Antônio Adolfo, Luli e Lucina, Boca Livre, Nilson Chaves, Tetê Espíndola, Itamar Assunção, Arrigo Barnabé e muitos outros, embora pouco reconhecido foi muito importante e ainda é, na história da música brasileira. – mas isto é uma outra história – em 1982 aconteceu algo determinante em minha vida, o contato com as minhas amadas Luli e Lucina, eu era (e sou) apaixonado pela música que faziam (e fazem) as meninas, nesse ano elas vieram à Belém em uma caravana do projeto Pixinguinha, e como todo o fã eu não medi esforços para aproximar-me delas, consegui o meu intento, logo me vi a frente daquela dupla de artistas que eu tanto admirava – legado deixado a mim pelos Independentes – passamos a conversar, me apresentei com uma timidez inimaginável, falei da minha admiração pela dupla, completamente encantado, saí a pedido delas para comprar baterias para os seus violões e, ao retornar, um pouco mais refeito da emoção, retomamos a conversa, e só aí então falei a elas que eu escrevia, e para disparar de vez o meu coração, elas me pediram um texto no ato, e no momento eu estava desprovido dos meus mais recentes escritos, prometendo a elas o envio dos mesmos, via-correio, o resultado disso foi que na semana seguinte enviei a elas os textos e uma semana adiante elas me enviaram uma fita cassete com duas canções prontinhas, daí nunca mais paramos de compor em parceria, é só conferir as datas e ver a quanto tempo estamos juntos a bom semear canções por aí. Foi compondo com Luli e Lucina que eu aprendi a arte de escrever poesia! No mesmo ano, em uma de suas vindas à Belém tive a felicidade de reencontrar o Nilson Chaves que na época residia no Rio de Janeiro, falei a ele do meu trabalho, da minha evolução enquanto poeta, conversamos um pouco sobre a vida, e logo em seguida, por meio da grande generosidade que ao Nilson Chaves é peculiar, me veio o convite a lhe mostrar alguns dos meus textos mais recentes, e assim, ao dia seguinte, apreciando o feijão maravilhoso da Dona Maria Chaves (mãe do Nilson Chaves) entreguei a ele, Lábios Caboclos que logo foi musicado, iniciou-se assim uma parceria tão grandiosa e feliz, ao ponto de nos levar a escrever Sabor Açaí, música abençoada que conquistou definitivamente o coração do povo paraense e consequentemente do povo amazônida. Em 1984 veio o que eu reputo como a minha grande realização, o encontro com o Walter Freitas e o poeta Antonio Moura, nos tornamos amigos, e depois de algum tempo de convivência o Walter Freitas nos convidou a participar do projeto Quenga Prateada, o nome pode ser engraçado, mas o projeto, além de muito sério, era maravilhoso e consistia em uma turnê pelo nordeste indo terminar no sudeste, no eixo Rio-São Paulo, conseguimos executar parte dele e até onde conseguimos foi tudo muito bom, o projeto Quenga Prateada em mim, deixou marcas muito positivas, ao retornarmos continuamos a tocar a vida na mesma pegada, nos divertíamos trabalhando, as nossas farras eram sempre regadas a muita arte, eu mergulhei direto naquele decorrer de vida, (muitas vezes tive a oportunidade de virar noites farreando, conversando e aprendendo com o escritor Vicente Cecim, com o compositor Macário Lima e o artista plástico PP. Conduru, de ouvir monossilábicos elogios do poeta e mestre Rui Barata e tirar grande proveito desses momentos que aqueles meados dos anos 80 me proporcionaram) e a vida seguia e nós não parávamos, o Walter Freitas com a inquietação que só os grandes artistas possuem, resolveu a compor, já vislumbrando acredito, a gravação de um disco, e aí me deu um grande presente, talvez o meu diploma de compositor, de poeta, de letrista, me convidou a escrever com ele, a quatro mãos, boa parte das letras das músicas que formariam o repertório do seu antológico disco Tuyabaé cuaá, lançado em 1988, produzido pelo poeta compositor escritor e artista plástico Marcos Quinan, mestre que apareceu de forma vagaluminosa em nossas vidas, (também aos meados dos benditos anos 80) o aparecimento dele, do Marcos Quinan, foi para mim a ampla e definitiva porta a se abrir para a minha poesia, que a partir de então passou a ter sempre a sua disposição uma bússola extraordinária de exata precisão, a levá-la aos mundos mais longínquos por ela almejados. Foi obra de bruxo-mor ter conhecido o Marcos Quinan. Com ele aprendi e aprendo muito!: além desse mestre generoso de alma puramente moldada a artes ter me ajudado a compreender os hieróglifos do meu própria ofício, também me ajudou a descobrir que eu sou um homem bom. O melhor é que hoje: o Marcos Quinan continua sendo – e certamente será até o fim de nossa travessia – meu grande parceiro, amigo e muitas vezes conselheiro. Em 1991 me mudei para o Amapá, em lá chegando iniciei uma nova história musical, pois, diferentemente de eu morar em Belém ou em outro lugar qualquer e trabalhar com os compositores amapaenses à distância, eu passei a viver em Macapá e por isso a responsabilidade em cantar aquele universo me levou a agir como se ali eu tivesse nascido, e logo comecei a minha nova empreitada ao lado dos meus novos parceiros tucujus (amapaenses). Ao lado de Val Milhomem e Zé Miguel, em 1995 editamos o CD Planeta Amapari, indicado a concorrer ao extinto prêmio Sharp de Música. Em 1996 juntou-se a nós o Amadeu Cavalcante e então formamos o Grupo Senzalas, sendo este a maior referência da música amapaense, por toda a sua trajetória, em 2000 apresentou-se na tradicional casa de espetáculo do Rio de Janeiro, o Canecão, logo em seguida foi à Berlin, onde se apresentou na Casa de Cultura do Mundo, de volta ao Brasil, se apresentou no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro e depois, nos SESC Pompéia, Itaquera e Interlagos, São Paulo, em 2006 defendeu a música Barco Negreiro de Val Milhomem e Joãozinho Gomes, no Festival Cultura Nova Música do Brasil, da TV Cultura. Atualmente tenho aproximadamente quinhentas músicas compostas, das quais cento e oitenta, editadas, quase sessenta parceiros e uma necessidade enorme de compor mais e mais ao lado de cada um deles. Parceiros: Lôbel, Luhli e Lucina, Nilson Chaves, Rafael Lima, Walter Freitas, Genésio Tocantins, Eudes Fraga, Elton Ribeiro, Juraildes da Cruz, Jean Garfunkel, Mário Moraes, Marco André, Cláudio Lobato, Lano Cabral, Marco Antônio (Marcão), Salomão Habib, Cláudio Nucci, Jane Duboc, Telma Tavares, Marta Strauss, Madan, Paulo Fraga, Rafael Altério, Ziza Padilha, Marcos Quinan, Sérgio Souto, Enrico Di Miceli, Celso Viáfora, Chico César, Vital Lima, Sebastião Tapajós, Felipe Cordeiro, Pedrinho Callado, Osmar Júnior, Marcelo Sirotheau, Aldo Moreira, Zé Miguel, Pedrinho Cavalero, Amadeu Cavalcante, Val Milhomem, Augusto Hijo, Mário Mouzinho, Helder Brandão, João Milhomem, Ricardo Iraguani, Vicente Moura, Marcelo Schneider, Cléverson Baia, Vicente Barreto e Zeca Baleiro. Além dos parceiros, artistas que interpretaram e interpretam minhas músicas: Leci Brandão, Vânia Bastos, Moska, Geraldo Azevedo, Renato Braz, Leila Pinheiro, Mahrco Monteiro, Selma Reis, Célio Cruz, Dominguinhos, Patrícia Bastos, Deyse Adário, Lia Sofhia, Loma, Andréia Pinheiro, Simone Almeida, Ângela Carlos, Nell Pureza, Silmara (Negro de Nós), Claudete Moreira, Zé Alexandre, Ana Martel, Nazaré Pereira, Lucinha Bastos.

domingo, 30 de julho de 2023

sábado, 29 de julho de 2023

sexta-feira, 28 de julho de 2023

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quinta-feira, 20 de julho de 2023

quarta-feira, 19 de julho de 2023

ABRAÇO Desde que li o livro com seus textos para teatro, alguns anos atrás, o de “Abraço” me deixou emocionado. Cheguei a reclamar uma montagem urgente tamanha impressão que me causou. Uma reflexão sobre quem somos, nossas alegrias, nossas tristezas e mágoas, as pessoas da nossa história – é como se recebêssemos com o Abraço, abraços da vida e da própria morte. Muitas surpresas boas: a direção do autor, apurando as marcas fundas do sentimento de ausência que está em nosso final, a solidão dilacerando aos poucos o que ainda teima em viver em quem envelhece e se isola ou é isolado, todas essas cores fortes, os tons de abandono sabiamente desdramatizadas na dose certa na direção e montagem do texto. A preparação do ambiente com a música, também do autor e diretor, que nos vai guiando para a intensidade, com leveza, desde a cena inicial. Aí esta Edyr Augusto Proença inteiro, sua simplicidade nos inundando de sensibilidade. Aí esta o Edyr confabulando com Cacá Carvalho e com os próprios atores para nos entregar um espetáculo impecável, seja na música que conduz o público para a intimidade das cenas, seja na dosagem dramática do personagem ou na sedutora mulher/morte, poesia pura na representação da atriz. Fragilidades, contundências e angústia que nos remete a nossa própria vida e chega a nos hipnotizar. Generoso Edyr – nos presentear com Zê Charone e Cláudio Barradas, juntos pela primeira vez, definitivos neste Abraço. Zê, que acompanho faz tempo, traz o teatro dentro de si, brilha esplendorosa como que tirando outras vidas de cada gesto. Barradas, meu contemporâneo no Festival de Teatro da Aldeia de Arcozelo, época do Teatro de Estudantes, de Pascoal Carlos Magno - a quem tanto devemos - época em que a imprensa brasileira dedicava páginas à arte, ao nosso teatro mesmo que de estudantes ou amador. Revê-lo em cena agora fez voltar o tempo e lembrar nitidamente Vereda da Salvação que arrebatou todos os prêmios em Arcozelo. Um mestre desde aquele 1981 me entregando lembranças junto com a contundência da sua interpretação. Demorou um pouco para vê-la encenada. Mas, no último fim de semana, vi e de uma maneira muito especial. O texto me lembrando a emoção da leitura, a montagem me remetendo ao Assalto e toda minha história no teatro, a música de mãos dadas com o passado e o futuro onde me vi, ora num, ora noutro. O pessoal do Cuíra me lembrando a AGT e o Espaço Cuíra o Teatro Inacabado em Goiânia, Zê me lembrando Luiza e Barradas saído do texto de Jorge de Andrade e entrando no de Edyr Augusto me fazendo sentir Otavinho Zaldivar Arantes sentado ali ao meu lado. Edyr e o Grupo Cuíra, bardos, loucos sãos, sonhadores e realizadores, gente que faz e faz com rigor e determinação seus sonhos acontecerem – e como sabem fazer - a todos vocês minha emoção, admiração e profundo respeito. Com o seu Abraço dentro da minha sensibilidade abraço a todos e te abraço Edyr Augusto Proença. Marcos Quinan ABRAÇO Texto, Direção e Música: Edyr Augusto Proença Elenco: Cláudio Barradas e Zê Charone Consultoria Artística: Caca Carvalho Consultoria em Figurino e Maquiagem: Ronaldo Fayal Iluminação: Roma Muniz Cenotécnico: Ribamar Monteiro Técnico de Palco: Suely Brito Adereço: Delleam Cardoso Constureiras: Telma Lima e Maria Fernandes Gomes Músico: Anderson Brum Produção: Zê Charone Uma Realização do Grupo Cuíra Sextas, Sábados e Domingos - 21:00h – ESPAÇO CUÍRA Em Cartaz até o dia 27 de setembro

terça-feira, 18 de julho de 2023

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domingo, 2 de julho de 2023

sábado, 1 de julho de 2023