domingo, 28 de fevereiro de 2010
TELELÉM DO JABOTI EM KATUKINA
Telelém do Jaboti
Shawe kepotaí, telelém, telelém.
Shawe hiko pai’ iki, telelém, telelém.
Shawe shava yamá
Kena iyama’ i
Ahawe repikiyãna’ i
Ahava keyos rakata’ i
Telelém, telelém, telelém,
Telelém, telelém.
Brasil kepo taí, telelém, telelém.
Brasil hiko pai’ i’ ki, telelém, telelém.
Noke shava yamá
Manata iyama’ i
Repi noshõ oikoiwê
Brasil shavapá rakawê
Telelém, telelém, telelém,
Telelém, telelém...
MQ
.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
CAROL MORALLES - SERES COLETIVOS
Encontrados – [Em contra dos]
Entre contro-versos
Se encontram marcas
De palavras latentes
De saudades poentes
De angústias valentes
De ponteiros passantes
De sorrisos avessos.
Nesta contra-dança
Se encontram pedaços
De olhares indecifráveis
De dogmas irreparáveis
De sonhos inquebráveis
De beijos irrecusáveis
De silêncio… que encanta.
Carol Moralles - http://dicionariocotidiano.blogspot.com/
.
Seres coletivos - http://serescoletivos.com/
.
BAR-TEATRO MARACAIBO
Bar-teatro Maracaibo
Para Norberto e Floriano
A mesa vinte e um
Com havidas
Ramificações nas demais
Deste refúgio de piratas
Com a devida acordância
De seus dirigentes e auxiliares
Toma o instante
Apossando das vozes
E de toda emoção nelas contidas
E presta um juramento
De fidelidade definitiva
.
MQ
.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
JAC. RIZZO - Está chovendo na roseira
.
A minha emoção hoje é o universo!
Quando soube que os telescópios espaciais da Nasa,
Minha imaginação fez passeios pelo espaço sideral. Mas mesmo com toda
boa vontade, não cheguei nem perto de compreender tal grandiosidade.
Que virtual nada, meus queridos!
A novidade é um novo anel em volta do planeta Saturno.
E não se trata de só mais um anel, não. Essa gigantesca 'criatura'
Ser tão pequena, me enche de sentimentos de insignificância.
São informações que podemos perfeitamente dispensar.
Emoções que deixo livres, sem destino, à deriva,
Confesso que vivo, a maior parte do tempo, sem nem
E precisamos de tão pouco!
O barulho da chuva no telhado, o cheiro da terra molhada,
é tudo que precisamos lembrar!
..."Precisamos apenas viver - sem nome,
RUY GODINHO - RODA DE CHORO
O destaque do 1º bloco vai para a Coleção Princípios do Choro. O compositor enfocado é Guilherme Cantalice, nascido no Rio de Janeiro em 1850 e que foi o primeiro violinista compositor de choro.
No 2º bloco, o destaque vai para o CD Dilermando Toca Pixinguinha, com uma série de clássicos do mestre do choro interpretados pelo exímio violonista paulista Dilermando Reis.
No 4º bloco teremos o violonista e compositor mineiro - radicado em Brasília - Robson Rodrigues e o som do CD Só em Par. Destaques para o choro cantado por Célia Porto e uma modinha interpretada por Tetê Espíndola.
No 5º bloco, o destaque é o CD Forró e Choro Volume 1 - Marcelo Caldi e Fábio Luna, lançado no ano de 2008, que ficou entre os três finalistas do Prêmio da Música Brasileira, na categoria Melhor CD Instrumental.
.
Ouça pela internet:
terças e quintas-feiras, 14h; quartas e sextas-feiras, às 2h.
Rádio Utopia FM, Planaltina-DF, quartas-feiras, 18h.
Produção e Apresentação: Ruy Godinho
ESPERA
Espera
Hoje um poeta
Amanheceu em vigília
Na sala da minha casa
Enquanto de lá não
Saírem os vestígios
Da tua presença
Ele também não sairá
E a poesia
Com seus punhais
Vai esperar calada
Um homem sonhar
.
MQ
.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
GUIMARÃES ROSA
“Eu acho que o enjôo da paz será também algum outro medo da guerra...”
João Guimarães Rosa
.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
DEMANDA - GESTOS DE CADA LUGAR
.
Demanda
Telelém... Telelém... Telelém...
Erê... terra Katukina...
Telelém... Telelém...
Ajuda peço aos senhores
No jeito triste e cansado
Com que sinto tantas coisas
Chegando de todo lado
No rosto estampo a tinta
Que é meu jeito de rezar
Se resistência dá a vida
Disso não vou reclamar
Como as samaumeiras
Cujas raízes se abraçam
Sou fincado nessa terra
Onde os rios me enlaçam
Muito não sei responder
Nem sei tanto de mim
Se veio me conhecer
Não me abandone assim
Telelém... Telelém... Telelém...
Erê... terra Katukina...
Telelém... Telelém...
.
MQ
.
HUMBERTO A.K.A HUMBIAS - CURRIOLA
.
CURRIOLA
pregresso
acesso
ingresso
congresso
recesso
confesso
processo
sucesso
é tudo verdade
ou um mero retrocesso?
Humberto a.k.a humbias - desvalidos.blogspot.com
.
http://serescoletivos.com/
.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
LUCIDEZ
lucidez
a escuridão retalha as ruas
e duas esquinas disputam
quem copula a cadela
o vício da miséria
fere narinas
entorpece dentro
e disputa
com o cheiro que cola
noite a noite
como brincar
o vício da miséria
sacia as trevas
mas quer sempre mais
e vai inventando
variações
para sua droga podre
troca sangue
por sangue
qualquer dono
qualquer dano
qualquer ramo
reinventado
em nova droga
bairros inteiros
espalhados
pela noite
engolindo
sujas de miséria
as cidades
que dormem o dia
a lucidez insone
dispara o canto
me liberta e me prende
em todos os ângulos
que formam os vãos
.
MQ
.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
NAVEGAR - GESTOS DE CADA LUGAR
.
Navegar
Oportunei do momento...
São Miguel, telelém...
Uaupés, Tiquié,
Içana, Xié... Erê Rio Negro...
Balancei mareado
Aprendi navegar
Nas águas distantes
Camanaus, telelém...
Telelém... vou pra lá
Gavião risca olhos
No espelho do rio
Corre mata, corre céu
Brilha um resto de sol
São Miguel telelém...
Uaupés, Tiquié,
Içana, Xié... Erê rio Negro...
Ensinando chegar
Telelém... telelém...
.
MQ
.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
CICATRIZ
cicatriz
tantas marcas
mas sobra lugar
para colocar a tua
no começo será chaga
doerá
provocara comoções
de absoluta dor
mas com o tempo
este natural remédio
te terei na lembrança
serás cicatriz
.
MQ
.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
CANTO DE CHEGADA - GESTOS DE CADA LUGAR
.
Canto de chegada
Erê! Pari-Cachoeira, Içana,
Iauaretê, Taracuá e Piraquara
Telelém... Já cheguei...
Lá do fundo de lá
Na festa vim pra somar
Com a alegria daqui
A que trouxe de outro lugar
Vim procurar o futuro
Jogando pra semear
Os modos que apuro
Em cada lugar que passar
Nos gestos de aqui lembrar
O nome que se esqueceu
É jeito de encontrar
Um riso que não morreu
.
MQ
.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
RUY GODINHO - RODA DE CHORO
RODA DE CHORO
Especial Reminiscências dos Chorões Antigos
Em 1936, o violonista e cavaquinista amador Alexandre Gonçalves Pinto, escreveu e lançou o livro “O Choro – Reminiscências dos Chorões Antigos”. O Animal - como o autor era conhecido - sistematizou os nomes e os respectivos instrumentos de centenas de chorões, desde 1870 até o ano do lançamento.
Na opinião do pesquisador e historiador Ary Vasconcelos é o pior e, ao mesmo tempo, o melhor livro sobre Choro. “O pior porque poucos livros já lançados em todo o mundo foram tão mal escritos e tão massacrados, para não falar da revisão, que certamente sequer existiu. Mas também o melhor, apesar de todos os desmantelos gramaticais... Um livro insubstituível. Não fosse ele e nada saberíamos hoje da existência de dezenas e dezenas de chorões que ressurgem para todos nós, precisamente graças à pena canhestra de Gonçalves Pinto.”
O livro “O Choro – Reminiscências dos Chorões Antigos” será destaque durante todo o programa, ilustrado com músicas de Galdino Barreto, Viriato Figueira da Silva, Quincas Laranjeiras, Chiquinha Gonzaga, Joaquim Callado, Leandro Santanna, Capitão Miguel Rangel, Cícero Teles de Menezes e outros compositores dos primórdios citados no raro livro.
Ouça pela internet:
Rádio Câmara, Brasília: www.radio.camara.gov.br (rádio ao vivo), sábados, 12h.
Rádio Roquette Pinto, Rio de Janeiro: www.fm94.rj.gov.br
terças e quintas-feiras, 14h; quartas e sextas-feiras, às 2h.
Produção e apresentação: Ruy Godinho
.
ALMA QUE AMA
alma que ama
por não te conhecer tanto
és perfeita dentro de mim,
assim, idealizo, sonho
e sofro a tua ausência
alma que me ama
minha alma também te ama
mas está, ainda, aprisionada
no meu corpo
que todos os dias sente saudades
do teu corpo e da tua alma
alma que me ama
prisioneira como a minha,
vivendo a ilusão de ser só alma,
num corpo que não conheço tanto
mas que é perfeito dentro de mim
alma que me ama
num dia nem vestígios
do meu corpo haverá
um dia quando só alma for,
no espaço infinito das almas,
ainda, doerá a lembrança
de tê-la tido, sem tê-la
de tê-la esquecido, sem esquecê-la
.
MQ
.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
GILKA MACHADO - 1893/1980
...
Por este fim de dia
- ponte alongada e esguia -
paira suspensa
no ar
esta saudade imensa,
esta saudade que se encaminha
da minha vida para a tua,
da tua vida para a minha.
...
.
HUMBERTO A. K. A. HUMBIAS - SERES COLETIVOS
Mea Culpa
tento não me entregar
não me render facilmente
crio fantasias desformes
expectativas infundadas
mas meu pensamento me trai
uma tortura
uma loucura
um infinitivo plural
são as mesmas canções
as mesmas estrofes
o mesmo teor
de anteontem
mas não suporto
e meu pensamento me trai
e na minha tristeza natural
poética, amealhada junto aos anos
meu pensamento me trai
com sintomas instantâneos de alegria
Humberto a.k.a. humbias
http://desvalidos.blogspot.com/
.
Seres Coletivos - http://serescoletivos.com/
.
LUGAR DE TOCAR - GESTOS DE CADA LUGAR
.
Lugar de tocar
Toco em porta de igreja
Em adro e casarão
Lugar que tiver vazio
E merecer atenção
Canto até pelo caminho
Misturando a direção
O riso jogo no vento
Da vida tiro o refrão
Boraró me viu no mato
Quis ouvir o meu cantar
Eu cantei o telelém
Ele riu de se mijar
Erê! Paricatuba...
Serra Baixa, Taracuá...
Boraró já me pediu
Que lhe ensine a cantar
Erê! Telelém... Telelém...
Erê! Telelém... Telelém...
MQ
.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
DENTRO DE VOCÊ
dentro de você
dentro de você corre um rio
mora um pássaro, tem uma canção
lá bem dentro a semente
seu pedaço na paixão
apronta os passos de viver
qual castelo de estrelas
sobre as pedras do seu reino
deixarás para ele ver?
qual canção que tens por dentro
deixarás nele cantar?
e que rio legarás?
quando a sede ele beber
quem tem dentro seu pedaço
tem um rio, tem um pássaro
convivendo no espaço
com o fio, com os laços
que amarram as canções
.
MQ
.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
TILI OLIVEIRA - CURTO E GROSSO
Ei,
Ei,
espere aí Seu Poeta
Isso aí? que? seu sexo?
pois saiba que não só pra poesia?
que mantenho o olho aberto!
.
Tili Oliveira - http://serescoletivos.com/
.
MEU PENSAMENTO - GESTOS DE CADA LUGAR
.
Meu pensamento
Erê! Paricatuba...
Serra Baixa, Taracuá...
Erê! Eu vim de longe
Pra lá que vou voltar
Telelém... Telelém...
Sozinho o mundo gira
Sozinha eu quero estar
E olhar em cada volta
Sozinha com meu olhar
De ontem tenho saudade
De hoje eu já cansei
Vou logo pro amanhã
Pra ver o que acharei
Pimenta que não arde
Só serve pra temperar
O mundo é envolvente
Descende de cada olhar
Escondi meu pensamento
Numa estrela pra te dar
Quando olho o firmamento
Contigo eu quero estar
Erê! Paricatuba...
Serra Baixa, Taracuá...
Erê! Eu vim de longe
Pra lá que vou voltar
Telelém... Telelém...
MQ
.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
GISELLE ZAMBONI - Pós-Poema
Espremem meu peito as letras que não querem viver soltas
Células bailantes de grafia endérmica
Sanguíneos grifos misturados na fotossíntese interna, seiva ainda
Ilusória sensação parturiente, de as fazer nascer, poemas-gentes, nascituros versos
Parto pós-maduro de uma inspiração entregue, poema sem nome, futuro!
Giselle Zamboni http://serescoletivos.com/
.
DESVARIO DE VIVER
desvario de viver
é artimanha, amiga
buscar na lembrança
de outros amores
refúgio para esse desamor
é artifício, amiga
saber diferenciável
sozinho
absolutamente único
e pertencer, amiga
apenas à saudade
que lateja em mim
é desejo, amiga
que o meu corpo
com a emoção que nele habita
possa continuar produzindo
acumulando
e gastando energia
no desvario de viver
tão distante
do que se quis ter
.
MQ
.
OITCHÔ - GESTOS DE CADA LUGAR
.
Oitchô...
Erê... terra Katukina...
Xankõ... Pássaro Ajudador...
Oitchô... terra Katukina...
Telelém... Telelém... Telelém...
Oitchô... Empresta-me teu riso
Rindo do que é miúdo
Mostra talo que vira folha
E ramo se abrindo ao mundo
Deixa-me banhar no rio
Pescar de rede, comer raiz
Imitar o teu silêncio
Ao ouvir o que me diz
Mostra-me se convivi
E mora no teu olhar
O triste que tem aqui
Que teimo em reparar
Ensina-me a ficar quieto
E não ter no que pensar
Esquecer os meus desejos
Para essa vida me desejar
Kaitchô...
Eu vim por aqui
Kaitchô...
Eu passo por lá
Kaitchô...
Eu levo daqui
E deixo aonde passar
.
MQ
.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
JAC. RIZZO - Canção de amar
Enquanto não vens,
sou ave que voa alto,
palmeira abanando
ao vento.
Fico cismando
segredos,
chuvas finas,
arrepios.
Me transformo em rio
sem margem,
fico líquida,
transbordo
E na areia, na crueza
dos desertos,
lagos faço brotar
Enquanto não vens,
meu coração
bate lento,
fico suspensa no ar
.
Jac. Rizzo - http://jacrizzo.blogspot.com/
.
DIA DE SÃO JOÃO - GESTOS DE CADA LUGAR
.
Dia de São João
Vela desce o rio
Ilumina quem ficar
Mesmo sendo só um fio
O Negro vai te levar
Telelém... Telelém...
Varro a vila e a vida
No dia de São João
De todos que aprendi
É santo de devoção
Acendo cada pavio
No dia de São João
Pra luminar o caminho
De andar em procissão
Mãos dadas ao destino
Dispensando a solidão
Ando com o meu vizinho
Sentindo que sou irmão
Vela desce o rio
Ilumina quem ficar
Mesmo sendo só um fio
O Negro vai te levar
Telelém... Telelém...
MQ
.
sábado, 13 de fevereiro de 2010
RODA DE FOGO
roda de fogo
é, é no terreiro roda de fogo
que a viola faz o seu jogo
é no terreiro roda de fogo
que a viola quer pontear
e, e na dolência desse seu jogo
espalhando saudade na carusma
que risca o ar e o breu da noite
geme pra chamar um claro de lua
doida pra bordar seu fio de notas
nas pontas do luar
é, é no terreiro roda de fogo
que a viola perde o jogo
é no terreiro roda de fogo
que a viola põe-se a chorar
só, só a fogueira joga seu jogo
porque a lua não sai pra jogar
.
MQ
.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
RUY GODINHO - RODA DE CHORO
RODA DE CHORO – SÁBADO – DIA 13.02.10
O destaque do 1º bloco vai para a Coleção Princípios do Choro. O compositor enfocado é Candinho Trombone, nascido no Rio de Janeiro em 1879, e que foi mestre em criar armadilhas para os músicos, em composições de difícil acompanhamento.
No 2º bloco, o destaque vai para o CD Bomfiglio de Oliveira, Compositor e Trompetista de Ouro. Nascido em Guaratinguetá/SP, em 1891, Bonfiglio foi considerado o maior pistonista do Brasil pelo Presidente Washington Luís, em 1930.
No 3º bloco, o destaque vai para o genial instrumentista baiano Armandinho e as versões pops de clássicos do choro, constantes do CD Pop Choro, lançado no ano de 2009.
No 4º e 5º blocos, teremos a presença competente do jovem compositor, arranjador e cavaquinista João Callado e o som de seu primeiro CD solo, homônimo, recheado de participações especiais importantes: Teresa Cristina, Maria Teresa Madeira, Rildo Hora, Itamar Assieri, Jorge Helder e outros.
Ouça pela internet:
Rádio Câmara, Brasília: http://www.radio.camara.gov.br/ (rádio ao vivo), sábados, 12h.
Rádio Roquette Pinto, Rio de Janeiro: http://www.fm94.rj.gov.br/
terças e quintas-feiras, 14h; quartas e sextas-feiras, às 2h.
Rádio Utopia FM, Planaltina-DF, quartas-feiras, 18h.
Produção e Apresentação: Ruy Godinho
.
FORÇA - GESTOS DE CADA LUGAR
.
Força
Erê! Força que junta força
Espalhando quem for levar
Telelém bati na porta
Tenente deixou entrar
Telelém... Telelém...
Depressa passam as nuvens
Ao longe já vêm estrelas
O tempo gastou o tempo
Da minha visão de obreiro
Parece a cobra-grande
O rio que vi primeiro
O morro adormeceu
O Negro ficou pra trás
Urgência de cada imagem
Em se deixar onde está
Urgência do Solimões
Acenar pra quem passar
Palavras de brancas barbas
E a música de um piano
Idéias soltas no vento
Indo e vindo todo ano
Em cada encontro refaço
As cores que vim pintando
Telelém bati na porta
Tenente deixou entrar
Erê! Vamos voando
No rumo de onde chegar
Telelém... telelém...
MQ
.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
FREDERICO GALANTE - Seinão
.
O mundo tanguiu
Ao redor da jibóia branca
De cujo rabo se faz
O pito
Pito que leva
O bacuri esquecer
Do peito que já
Leite não dá
Pois todo esse leite
Vai
Vai é que vai
De modo seinão
Prá jibóia tufar
.
TERRA MORENA
terra morena
para nazaré pereira
pendurei a floresta
na barra da saia
balancei os babados
no oiapoque e chuí
acendi o carvão
perfumado
com minha verdade
e no cós do rendado
levei tudo dali
bebi boca de rio
e fui pra paris
cantar minha herança
na voz que dança
de cor os brasis
siriá, siriou
reizado, rezou
moda, xote
xaxado, carimbó
e baião
danço samba de cuia
girando girando
espalhando as mãos
e sentindo a saudade
da terra morena
do meu xapuri
.
MQ
.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
EMBAIXADOR VINICÍUS DE MORAES
Câmara aprova promoção de Vinicius de Moraes
Via Globo Online:
Bernardo Mello Franco
Trinta anos depois de sua morte, o diplomata cassado Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes vai virar embaixador. A Câmara aprovou nesta terça-feira a promoção do ex-servidor a ministro de primeira classe do Itamaraty, cargo mais alto da carreira diplomática. O ato reabilita a trajetória profissional do poeta Vinicius de Moraes, que foi perseguido pela ditadura militar e expulso do Ministério das Relações Exteriores em abril de 1969, com base no Ato Institucional n 5 (AI-5).
Redigido por amigos de Vinicius no Itamaraty, o texto da promoção passou três anos numa gaveta do Ministério do Planejamento. Foi finalmente enviado ao Congresso no fim de 2009, depois que uma reportagem do GLOBO revelou bastidores da demissão sumária do poeta . Documentos inéditos do Serviços Nacional de Informações (SNI) comprovaram que ele foi vigiado de perto por diversos órgãos de espionagem, incluindo a polícia da antiga Guanabara e o temido Centro de Informações da Marinha (Cenimar).
.
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/02/09/camara-aprova-promocao-de-vinicius-de-moraes-morto-em-1980-ministro-de-primeira-classe-915829218.asp
.
JURO TI LEMBRAR - GESTOS DE CADA LUGAR
.
Juro ti lembrar
Erê! Um galante na proa
Eu digo o que vim pra contar
Usando as palavras que ouvi
Telelém... juro ti lembrar
Telelém... telelém...
Balança gaiola de rio
Espera a rede dançar
Quem vem aqui é bem-vindo
Quando se faz respeitar
Se chega somente pedindo
Mulher, tabaco aluá
É certo que melhor é ir indo
Ser bem-vindo em outro lugar
Vim morar num piantã
Erê! Encontrei meu lugar
De cantar o telelém...
Na terra que vai para o mar
Telelém... telelém...
MQ
.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
MERUIN - GESTOS DE CADA LUGAR
.
Meruin
Erê! Meruin... Telelém...
Erê... terra Katukina...
Telelém... Telelém... Telelém...
Coço meruin...
Aprendo a cantar
Com o sapo canoeiro
Que vive lá no lugar
Coço meruin...
Aprendo responder
Isso não é não
Isso também não é
Cato katukin...
Descubro que é simples
A vida só tem a vida
Para a morte encontrar
Erê! Katukin... Telelém...
Erê... Telelém... Telelém... Telelém...
.
MQ
.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
PIUM - GESTOS DE CADA LUGAR
.
Piun
Erê! Piun... Telelém...
Erê... terra Katukina...
Telelém... Telelém... Telelém...
De dia espanto piun
E brinco pra aprender
No simples de cada vida
O jeito que quero ser
Fazendo igual papel
No dia que vive no dia
Em riso que é coletivo
E combina em harmonia
Forjando, treinando o corpo
Brincando de conhecer
Aonde o gesto termina
Aonde ele pode nascer
Erê! Piun... Telelém...
Erê... terra Katukina...
Telelém... Telelém... Telelém...
.
MQ
.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
ALTER DO CHÃO - GESTOS DE CADA LUGAR
.
Alter do Chão
A água que risca bonito
Meia lua de areia
Numa terra sem rabisco
Erê! Alter do Chão...
Telelém... telelém...
Olhos de jacarés
Em breu de imensidão
Esturro de guariba
Gritando pra escuridão
Reconheço minha voz
No timbre de cada chão
Urutau canta escondido
Escondendo a direção
Meu sono é felicidade
Vigília no coração
Em volta de cada cheiro
Lua baixa deixa o clarão
E quando estou dormindo
Sou rio de mansidão
Na noite esparramada
No meio da cerração
Erê! Alter do Chão...
Palavra conta o que quer
Varando cada segundo
No canto que dança o sairé
Telelém... telelém...
MQ
.
sábado, 6 de fevereiro de 2010
JAC. RIZZO - Inutilidades
Ouvir no parapeito da noite
o silêncio ensurdecedor das madrugadas.
Esperar nos anéis da lua
uma tarde de amor que não virá
Conhecer a infinita
solidão dos minerais
Juntar fragmentos
de um tempo que já se quebrou
Recuperar em cada amor
a magia do olhar que já passou
.
Jac. Rizzo - http://jacrizzo.blogspot.com/
.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
RUY GODINHO - RODA DE CHORO
RODA DE CHORO – SÁBADO – DIA 06.02.10
Especial Duos
Recentemente, ao produzir o especial Os Encontros de Hamilton de Holanda, a produção se deparou com tantos discos de duos, que normalmente não tocam juntos, mas que resolveram juntar suas habilidades, seus virtuosismos e acabaram por produzir discos de sonoridades ricas, muito interessantes.
Foi quando surgiu a idéia de produzir o Roda de Choro Especial Duos. Das dezenas de discos pesquisados, selecionamos principalmente aqueles que priorizam música brasileira e Choro em seus repertórios.
No 1º bloco destacamos o encontro de Joel Nascimento (bandolim) e Fernanda Canaud (piano), que resultou no delicado CD Valsas Brasileiras.
No 2º bloco o destaque vai para o encontro de Daniela Spielmann (saxofone) e Sheila Zagury (teclados), que resultou num CD de extremo bom gosto: Brasileirinhas.
No 3º bloco o destaque vai para o encontro de Yamandu Costa (violão de sete cordas) e Dominguinhos (sanfona), que resultou no inusitado CD homônimo.
No 4º bloco o destaque vai para o encontro de Mário Sève (saxofone) e Marcelo Fagerlande, (cravo), que resultou no interessante CD Bach & Pixinguinha.
No 5º bloco teremos o encontro de Rafael Rabello (violão de sete cordas) e Paulo Moura (clarineta), que resultou no histórico CD Dois Irmãos.
terças e quintas-feiras, 14h; quartas e sextas-feiras, às 2h.
Produção e Apresentação: Ruy Godinho
.
BREGANHA
.
.
breganha
(eudes fraga / marcos quinan)
pareceu agora na minha lembrança
um caso do diabo que se assucedeu... muitos ano atrais
lá nas beira do rio do braço
rosinha ruim dos peito nem ia iscapá
famia tudo avisado, a mãe, as irmãs, as tia
puxava reza, fazia promessa
era uma consumição vê ela daquele jeito
benzedô num dava jeito, dotô só balangava a cabeça desacorçoado
eu no meu canto me apegava com pai de todos e nada
foi aí que resorvi chama o dêmo e fazê breganha, fazê breganha
vida de rosinha pra cá, arma pecadora pra lá
foi como se o coisa ruim tivesse esperando
de repente rosinha miora, fica boa que muitos dotô num acreditava
vinha de longe pra vê
eu isperando o rabudo cobrá o trato
numa tremedeira nem durmino tavo
quando num relance apariceu o vermelhão, o ronca quente, capeta no duro
pele caroquenta e chifão afiado
- vim te busca - agora num vô
- trato é trato - tem que isperá
- vou te levá - num sei se vô
- ôce trato tem que pagá
dispois de muita discussão o gramulhão intestô
e bufando veio pra riba de mim
iêu num devorteio garrei o rabo dele e dei um nó
o bichão saiu pulando, xingando ofendido
era raiva do dêmo pra tudo que é lado
o feioso nunca mais vortô
iêu num temo a morte pur sê coisa certa
mais arma minha na rezança do céu, vai aparecê não
pareceu agora na minha lembrança...
.
eudes fraga – vozes e violão de 12
pantico rocha – percussão
roberto stepheson – flautas
.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
CACHOEIRA DO ARUÃ - GESTOS DE CADA LUGAR
.
Cachoeira do Aruã
Telelém... Contei as pedras
Soalho de corredeiras
Onde meu corpo esfrega
Enquanto a água prateia
O dia amanhecendo
Navego no Abaré
Vim aqui de repente
Pouco sei sobre os Zoés
Vim aqui tão de repente
Vindo de outro lugar
Procurar o mais profundo
Que no simples mais está
Vim aqui tão de repente
Pra trocar com cada lugar
O que eu trouxe de longe
Com o que daqui levar
E voltar pro meu caminho
Telelém... telelém...
Saindo pra não deixar
De cantar o telelém
Nos lugares que passar
MQ
.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
ROSIVALDO - GESTOS DE CADA LUGAR
.
Rosivaldo
Erê! Telelém... telelém...
Erê! Meu amigo poeta
Que bom te reencontrar
Declamando teu verso
Declarando teu mundo
Desmanchando a pressa
Erê! Telelém... telelém...
Erê! Meu amigo poeta
Sonha bem fundo
E espeta essas águas
No teu sentimento
Mas reserve umas rimas
De dizer tua terra
De chamar alegria
De cantar esperança
De ficar telelém
Que entre idas e vindas
Viremos aqui cantar também
Telelém... telelém... telelém...
MQ
.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
UM LUGAR CHAMADO RONCADOR
.
um lugar chamado roncador
(marcos quinan / eudes fraga / paulo césar pinheiro)
nosso amor foi jurado num calafrio
foi derramado vela e pavio
num arruado beira rio
lugar chamado roncador
vela queimou cera escorreu
pavio se enterrou
e lá brotou daquele breu
a mais bonita flor
quem passa ali
quem vê se abrir à branca flor
não sabe nem que foi
o gen do nosso amor
seu perfume bóia no ar
é embriagador
esse aroma quem aspirar
fica namorador
pétala branca ramo lilás
pólen de rubra cor
quem toca nela não sabe mais
mágoa, tristeza ou dor
quem passa ali
quem vê se abrir à branca flor
não sabe nem que foi
o gen do nosso amor
virou lenda aquele lugar
todo mundo vai ver a flor
flor que faz se apaixonar tem no roncador
vela queimou cera escorreu
pavio se enterrou
e lá brotou daquele breu
a mais bonita flor
virou lenda aquele lugar
todo mundo vai ver a flor
flor que faz se apaixonar tem no roncador
seu perfume bóia no ar
é embriagador
esse aroma quem aspirar fica namorador
faz canção, vira compositor
fica mais sedutor
planta em seu coração
nosso amor
vital lima e daniela lasalvia - vozes
fernando merlino – piano elétrico
pedro amorim – bandolim
.
.
TUCUMÃ - GESTOS DE CADA LUGAR
.
Tucumã
Erê! Tucumã...
Só agora lhe vi
Inteira com meu olhar
Erê! Tucumã...
Acabei de chegar
Telelém... telelém...
A névoa se dissipando
Paradas aqui e acolá
As vilas como um rosário
Que é sina de rio juntar
Meu olhar pescador
Pesca troncos na água
Fisga aves no céu
E se enche de manhã
Meu gesto rema canoa
Tem medo, corre de onça
Esparrama o abraço
E suporta o adeus
Erê! Tucumã... Abaré...
Santarém... Aruã...
Saudade levo nos olhos
Lembranças de todo lugar
Telelém... telelém...
MQ
.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
CASA DO MÚSICO - ANA TERRA
.
.
Alcione ♪Arthur Maia ♪ Frejat ♪ Ivan Lins ♪ Leo Gandelman ♪Sandra de Sá ♪ Wagner Tiso
.
.