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Primeira comunicação
codificada
Joaquim Barp
Quinan
Sou teu avô-menino
E proponho acordo
Táticas de
desmembramentos
Tudo secreto porque decerto
Muitos não acharão que
é certo
Envolvê-lo tão cedo nessa epopéia
Foi quando eu era avô-filho
Que conheci
Ela estava em todo lugar
Mas desinteira
Porque as gentes
Achavam de
prendê-la
Numas esquisitices
Sei só um pouco do
Antes...antes...antes...
Um que era mais forte
Tirava dum mais fraco
E a trancava dentro da sua força
Acho que foi assim que tudo
começou
O fraco às vezes nem sabia o que
era
Mas ficava mais fraco
Alguns não esqueciam dos vestígios
Que ela deixava neles
E começaram a
vê-la espalhada
Pelas coisas do mundo
E um primeiro
Decerto percebeu que era entre
Os homens a maior prisão
E esses uns
Os mais tolos
Numa diabeira danada
Dizem que a defendem
Que lutam por ela
Desde antes... antes...
antes...
Mas tudo isso é medo puro
Os fortes não
sabem lidar
Os fracos na maioria
das vezes
Não a reconhecem
Por isso nossa campanha
Integrativa
Aviso ao atento menino-neto
Que a liberdade é sabida
E só por isso anda até hoje
Entremeada nos caminhos
De fortes e fracos
Quando a olharmos
Ela nos olhará
E devemos estar preparados
Para sempre trocar
O que formulamos nesse olhar
De tanto ser fragmentada
Pelo tempo afora
Se ela nos olhar com o olhar
Da liberdade que nos convém
Devemos tomar cuidados
Porque ela não é de ninguém
Quando parece ser só sua
Sempre é de mais alguém
Se olhar assintôtica
É coisa
Que pode ser que sim
E pode ser que não
Mas sempre é quando
E pro seu pai-menino é estando
Se for condicional, provisória...
Vigiada ou sob palavra
Não olha não porque são
Fantasias que os homens
Fortes e fracos
Puseram nela
Para tentar
nos enganar
De cátedra
Roupa de gala
Que só esconde
A beleza
da nudez
Do seu jeito de olhar
Devemos ter muito cuidado
Com essas vestimentas
Imprensa, indiferença...
Linguagem, pensamento...
O guarda roupa
É bem
cheio
O melhor é olhá-la
Com a limpidez dela própria
Essa deixaremos entrar
Vestida ou nua
Presa ou liberta
A cobiça ronda a dita
Não vamos roubá-la para nós
Deixamos o coração aberto
Para todas às vezes
Que ela quiser entrar
Assim ficamos
acertados
Joaquim Barp
Quinan
No que me ajudarás
Continuar encontrando
E assim encontrarás também
E poderá contar ao teu filho
E ao filho do teu filho
Que também ajudou seu
avô-menino
Andar pela guerra no mundo
Para deixar
a liberdade
Entrar nua, sem meias partes...
Por todas as partes do coração
Nosso código mais secreto
Vamos nos comunicar
Como os adultos porque assim
Eles não vão dar conta de decifrar
Nalguma emergência dessa lida
Consulte seu pai-menino
Ele também a conhece
Vejo muitas vezes os dois juntos
Em mais emergência
seu tio
Bola-menino
E sua tia
Nininha-menina
Eles também andam nessa labuta
Com o avô-pai desde
Um antes-antes pouco
No mais-mais emergência
Sua mãe-menina sabe
querer
Ver a liberdade no seu
coração
E eu
Avô-menino
ajudado
Ajudo o
menino-neto
Tê-la assim
Até quando em definitivo
Ela vier
Na morte me levar
.