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O sol e a lua de perpetuavam em coqueiros.
E o cheiro da mata, de samambaias
palhas e cavalos esfumaçava-se no ar
cozido em fogão de lenha.
A infância voava em balanço de cordas.
O cigarro de palha era desfrutado no paiol
às escondidas dos adultos
emoldurados pelo medo.
E tudo ia bem. Sem olhares maliciosos,
a adolescência seguia seu curso sadio
sob a Via Láctea e as Três Marias
vigiando o delírio vazio
de espelhos profundos
e assoalhos sem brilho.
E tudo iria bem, da adolescência
até o enterro sob a terra doce do Morro
onde vivem para sempre os bambuzais solitários
e a cruz de dona Iracema.
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Angélica Torrês
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