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O LAMENTO DAS COISAS
Triste, a escutar, pancada por pancada,
A sucessividade dos segundos,
Ouço, em sons subterrâneos, do Orbe oriundos,
O choro da Energia abandonada!
É a dor da Força desaproveitada,
- O cantochão dos dínamos profundos,
Que, podendo mover milhões de mundos,
Jazem ainda na estática do Nada!
É o soluço da forma ainda imprecisa...
Da transcendência que se não realiza...
Da luz que não chegou a ser lampejo...
E é, em suma, o subconsciente ai formidando
Da Natureza que parou, chorando,
No rudimentarismo do Desejo!
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quinta-feira, 16 de abril de 2009
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Augusto dos Anjos é ótimo!
ResponderExcluirEsse olhar com uma lupa para
a realidade das coisas é
corajoso e genial!
Ele fez com que a poesia
caminhasse junto com essa visão
crua de tudo!
Mostra a vida e como a deixamos
menor, pequena.
Quando ele joga as vísceras em
cima da mesa, é como se também dissesse...é isso...esquece isso,
e vive o possível, tentando enxergar a luz
em meio à sujeira e escuridão.
Abraço.
Jac.
ResponderExcluirIsso mesmo,disse tudo. Gosto muito de como você diz.
Te abraço