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Tinha um poder incomum de idealizar e a construiu minuciosamente, em cada detalhe do corpo esbelto e exuberante.
Cabelos macios, a nuca que ninguém havia sonhado ainda, andar seguro, cheiro de manhãs e de orvalho na pele macia.
Expressões no rosto, um mais lindo olhar. Jeito moleque, outro de muita experiência. Doses de sabedoria, outras de solidariedade.
Idealizou risos, alegrias, o modo de dançar. Conferiu gostar de Villa, Cândido, Vinicius e Rosa. Deu-lhe vida nas menores coisas, impôs simplicidade, sensualidade, um jeito insinuante. Deu-lhe a coragem, liberdade e a urgência do enlevo.
Encantado, desenhou os pés e a leveza nos gestos estabanados.
Idealizou os instantes e deu ao seu sexo a maciez e o gosto ainda inexistentes.
Plantou em seu coração o amor e a paixão como única semente existente.
Sentiu-se feliz, muito feliz, um deus, mas só conseguiu fazê-la viver dentro de si.
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MQ
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quarta-feira, 29 de abril de 2009
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