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Os jornais noticiavam, acontecia misteriosamente e pelo menos um chegava ao óbito diariamente. Todas as causas, naturais. Pomposos velórios e grandes enterros, como os do passado, eram acompanhados por correligionários, herdeiros e seguidores.
Foi um simples professor, com aquele salário pequeno que lhe permitiam. Quem primeiro notou as coincidências começou a pesquisar e constatou que acontecia em todo o país.
Não conseguindo apoio nenhum, iniciou, via Internet, os primeiros contatos e a partir daí, tabulando os dados, montou sua metodologia.
Anotava a localidade, nome, dados pessoais, partido político, realizações da vítima e se deixava algum sucessor.
Com um ano de pesquisas, conseguiu que o projeto fosse referendado pelo Instituto Científico da Universidade, que concedeu verba para tocá-lo e ampliar os estudos, utilizando os mais modernos meios de comunicação e laboratórios, além de formar uma equipe de renomados cientistas e pesquisadores.
Faziam reuniões semanalmente para discutir os avanços, traçar novas estratégias e analisar a situação. Conseguiram, um ano depois, chegar à conclusão; identificaram o vírus SEL 05 que causava a epidemia, provocando a morte dos políticos.
Reuniram-se para mostrar o resultado a todos da equipe. Tinham isolado o vírus e poderiam descobrir muito rapidamente a vacina. Na sala, silêncio e uma frustração no ar, a descoberta não provocava nenhuma comemoração.
Por unanimidade, depois de comprovar-se não ser possível nenhuma mutação daquele grupo de risco, resolveram omitir a descoberta.
MQ
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quarta-feira, 8 de abril de 2009
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