Resolvera assumir, beijo na boca nunca
mais.
Do pescoço para baixo valia tudo,
cheirava, mordiscava e lambia. Os pés, unhas, entre os dedos. Gostava de morder
o tendão do pé acima do calcanhar que uma vez ouvira um caipira chamar de
“peia”. A palavra fascinava. Peia misturava-se com pernas, coxas, aproximava-se
de nádegas, ânus e do sexo.
Ah! Beijava extasiado, chupava,
lambia. O umbigo, os seios, braços e nas costas passeava a língua com a boca
úmida esparramando prazer. Ah! Muito prazer. Mas na boca nunca mais, não sabia
se era o buço, o medo do hálito de bebida, cigarro ou mesmo o mau hálito. Tinha
uma sensação esquisita, faltava o ar, um abafamento. A respiração junta não era
agradável. Não notavam mesmo.
Tinha tantas maneiras de agradar e
sabia excitar, envolver, cheirar a pele toda, lambendo, mordendo, tocando.
Encantava nas preliminares e intermediárias e sabia se encontrar com o prazer.
Nunca houve nenhuma reclamação;
preparava o enlevo, sabia dissimular, olhava no rosto e, penetrante nos olhos,
colocava toda a malícia, parecendo sempre querer mais.
Usava as mãos em carícias pelo rosto,
tocava os lábios, os cabelos, deixava que os dedos se entregassem à língua, à
malícia dos dentes. Sabia envolver-se em permissões e muita luxúria.
Mas beijar na boca, ele não beijaria
mais.
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