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Sabia o quanto tinham sido caros, o
amor e a paixão misturados a tanta mágoa. Sabia que não sabia da dor, ajudando
a enterrá-los. Será que o perdão fora exumado? Em que momento eles foram
morrendo? Perguntava-se.
De alguns não se lembrava exatamente
quando e como aconteceu, era como se tivesse convivido com eles em decomposição. Talvez
por intuição ou teimosia restasse alguns dentro de si.
Seria algum tipo de ressurreição - a
reflexão - não aceitar, aceitando? Teria sentido, algozes cheios de vida,
perfumar a lâmina? A razão banhar e vestir o sentimento sem assinar o óbito,
sem conduzi-lo até o fim? Perguntava-se.
Muito não sabia; queria ter estado
presente em cada enterro, mas a morte era assim, colhia só o instante, como
numa plenitude e cada sentimento, em seu último alento, prometia recorrências;
ficariam mantidos nos sentidos, como membros amputados, vivos por dentro.
Havia morrido demais, vivido demais e
sentia nostalgia, saudade, rancor e autopiedade; eram os fantasmas assombrando.
No ser, a angústia sustentava
carpideira os velados e os indigentes, com sua voz estridente. Urgência
acompanhando a criatura insepulta, mas cheia de morte.
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