feição de vento - disparada
.
o
vento lá do cerrado
nas
folhas do pequizeiro
traz
dos dias da infância
o
som que
ouvi primeiro
galopando
a ventania
dos
anos em
que vivi
engolido
pelo tempo
desde o dia que nasci
sonho beleza
do buriti
angico, mama-cadela
nas
imagens lucilando
no
couro da minha
sela
sonho força
da aroeira
e
a liberdade da juriti
pra gastar
minha lida
e
escolher por onde ir
sonho sombra
da gameleira
e
a fartura de um
roçado
recolhendo
maisquerer
pro
querer ser aumentado
sigo
a feição do vento
aceitando
o desafio
reviver cada momento
sabendo
que concilio
uma
canção lembrada
em aboio
de voz perdida
com saudade
sem lugar
enlaçada
em toda
vida
MQ
.
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