quinta-feira, 2 de julho de 2015

Celeste e Rosário - MQ


 
 

Desde muito nova, sentia aquele desconforto, uma sensação que foi aumentando com o passar dos anos e acabou naquele calor espargindo pelo corpo, tomando conta e só passava com os banhos e a mão da mucama Rosário, esfregando devagar seu corpo. Uma luxúria tomava conta, invadia. Deixava-se ficar por horas na intimidade cada vez maior: as mãos da escrava e a água fria lhe davam um prazer cada vez maior.

Naquele dia, acordou com uma sensação diferente, sentou-se na cama assustada, pensando ter se urinado. Gritou à mucama que dormia no pisador, quando se viu toda suja do sangue da escorrência. Rosário  tomou uma bacia de rosto e pôs-se a lhe fazer o asseio. Celeste foi se acalmando, ao mesmo tempo que sentia a pele em brasas e a vontade de que a mucama nunca parasse de lhe tocar as coxas. Levantou-se para que os lençóis fossem trocados e não resistiu ao desejo de se despir por completo.

Enquanto o fazia, olhava a negra por entre o avoar do lençol que vestia o colchão. Sentou-se na cama e pediu a Rosário que lhe escovasse os cabelos. Parecia um ferro em brasas, a cada escovada, a pele arrepiava, como se o gesto de Rosário fosse sopro avivando brasa. Apertava o cabo do espelho com força, quando percebia a respiração da escrava se alterar mas a coragem de lhe mandar fazer as coisas que começou a imaginar naquela hora, não teve.

  Seu quarto ficava na parte da frente da casa, com a janela protegida dos olhares de quem passava, por um caramanchão, de tal modo que conseguia ver a rua por entre as folhas sem ser vista. Naquele dia, a confusão era das maiores, um sem número de soldados passava toda hora. A mucama dava notícias da luta, no longe se ouvia os estampidos. Era curiosa Celeste e gostava de ficar espiando na janela, segurando Rosário por trás com o corpo encostado no dela, protegendo.

Ignorando os acontecimentos e o alvoroço, pediu um banho e se desnudou toda, buscando novamente a reação da serviçal. Sua respiração ficou quase ofegante, as mãos esfregavam devagar as costas. Rosário sentia a mesma coisa, tornou-se ousada quando os mamilos da ama foram crescendo, ao mesmo tempo que os seus, sentiu-se úmida, com o olhar bem dentro dos olhos que Celeste lhe deu antes de puxá-la para junto de si, rosto com rosto, os cheiros se misturando, luxúria tomando conta das duas que se amaram enquanto a fuzilaria tomava conta das ruas da cidade.      

 
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