.
Na memória continha o
registro de todas as sensações; ao circular, espalhava o que absorvera nos
sentidos, célula por célula.
Corpo e alma contidos
no líquido viscoso e impregnados de lembranças, sentimentos e saudades
transitando por todos os lugares, sustentando o ser imerso em sua intensidade.
Quando fizeram a
transfusão, o sangue sintético que recebeu não tinha memória. Precisou ser
tanto que as mais insignificantes partes do corpo foram se rebelando e deixando
de funcionar aos poucos.
O coração, último
rebelde, parou abraçado aos pequenos vestígios de sua alma desfeita no ar e
levada pelo vento.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário