Os jornais noticiavam, acontecia
misteriosamente e pelo menos um chegava ao óbito diariamente. Todas as causas,
naturais. Pomposos velórios e grandes enterros, como os do passado, eram
acompanhados por correligionários, herdeiros e seguidores.
Foi um simples professor, com aquele
salário pequeno que lhe permitiam. Quem primeiro notou as coincidências começou
a pesquisar e constatou que acontecia em todo o país.
Não conseguindo apoio nenhum, iniciou,
via Internet, os primeiros contatos e a partir daí, tabulando os dados, montou
sua metodologia.
Anotava a localidade, nome, dados
pessoais, partido político, realizações da vítima e se deixava algum sucessor.
Com um ano de pesquisas, conseguiu que o
projeto fosse referendado pelo Instituto Científico da Universidade, que
concedeu verba para tocá-lo e ampliar os estudos, utilizando os mais modernos
meios de comunicação e laboratórios, além de formar uma equipe de renomados
cientistas e pesquisadores.
Faziam reuniões semanalmente para
discutir os avanços, traçar novas estratégias e analisar a situação.
Conseguiram, um ano depois, chegar à conclusão; identificaram o vírus SEL 05 que causava a epidemia,
provocando a morte dos políticos.
Reuniram-se para mostrar o resultado a
todos da equipe. Tinham isolado o vírus e poderiam descobrir muito rapidamente
a vacina. Na sala, silêncio e uma frustração no ar, a descoberta não provocava
nenhuma comemoração.
Por unanimidade, depois de
comprovar-se não ser possível nenhuma mutação daquele grupo de risco,
resolveram omitir a descoberta.
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