domingo, 8 de setembro de 2013

DEBAIXO DA PELE - ANTONIO MIRANDA

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Sobre a pele
outras peles
como armaduras;
sob a pele
outras peles
como tessituras
indeléveis.
 
Como camadas
no solo ermo
de cebola ardida:
uma inscrição
inconformada.
 
Quem é que habita as profundezas
do ser? Com certeza é outro
na superfície mais externa
de sua conformidade.
 
É-se o quê? Sujeito a que desígnios?
 
Vestir-se
de todas as peles, fantasiar-se
e desvestir-se de véus
como lâminas
acesas.
 
Sujeito.
 
Todos os que fomos
sobrevivem em nós
ostentando perdas e ganhos.

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