na madeira do serrado
a tonalidade-sentimento
do amor rondando os dias
beleza
contendo verdades
que não sei dizer
por isso a entrego
aos seus olhos
instantes de simplicidade
testemunho do olhar
para o olhar
nas jaboticabeiras
colhi a doçura de lembrá-la
a chuva no sertão
umedeceu meu pensamento
pra sentir muita saudade
cabaças pareceram mundos novos
onde cabe
esse amor
meu olhar
quando sou o seu olhar
um ninho
em delicadeza
esse amor
riso
risos
assim estive com você
na brandura da alegria
que adivinho
entreguei o luar do sertão
com uma estrela solitária
a esse amor sem solidão
emoção do meu olhar
que é também o seu
e que é seu
palmeiras para lembrar buritis
e pertencimento
beleza gravada
na sua história
na minha história
se confundindo
desmisturadas
deixo o pensamento dizer
o que idealizo
do desejo
palavras dispostas nos versos
do seu corpo
e da sua alma
imaginados
inteiramente
vertiginosamente
momentos seus
só seus
mas de alguma forma meus
sorrateiramente
meus
o tempo desenhando
e entregando
beleza à memória do seu olhar
nosso quintal
já que é ponto de nascer
na concretude escolhida
é
riso
que percebo com a juventude
na minha memória
amor nascido
sem nascer
entregue sem corpo
para o poema da lembrança
negação geográfica
nos escondendo
temporalidade
que não tira o espaço
da minha saudade
por isso não imagino
seus lábios
sem os meus
seus gestos sem os meus
colocados
milimetricamente no que sonho
misturando sensações
criadas
para a fragilidade
de cada segundo
onde guardo esse amor
poderia descrer
não dizer
não te aprender
e não me saberes
nada posso exibir
senão o lirismo desabando
da minha poesia viva
é nela
que morro todos os dias
sonhando sua carne
no corpo de versos
contato íntimo
intenso como minha vida
entregue em solidão
misturada com meu olhar
que é seu
amorosamente
MQ
...
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