Leiam neste link a publicação no blog do Noblat:
Sr. Sociólogo Emir Sader,
Em armas não peguei. Entretanto com
meu tamanho e meus valores também lutei contra a ditadura, mas não em favor de
outra ditadura e sim da liberdade. Essa que estabelece a convivência das suas
opiniões com as minhas. Essa que nos iguala perante as leis. Essa que não
permite servidão baseadas em doutrinas impostas por grupos, nem a utilização do
que é público para se consolidar.
Quando fala do “Judiciário” parece
que não sabe sua função numa democracia. Quando fala em “Lei Penal e da Jurisprudência
consolidada da Corte” parece desconhecer suas prescrições. Quando fala em
“exibicionismo dos juízes que o compõem” parece nunca ter visto uma sessão do
STF e sua liturgia - faz anos que são transmitidas todos os dias pela TV
Justiça.
Numa coisa tem razão, os vestígios da
ditadura estão ai, escancarados, uma nova querendo substituir a outra.
No dia em que foi descoberto o
mensalão cinco crianças morreram por falta de recursos num hospital na cidade
de Marabá-PA e, neste dia, muitas pessoas no nosso País estavam cuidando de
suas vidas, mas algumas poucas estavam subtraindo recursos do Estado para
abastecer o projeto de poder – o Sr. parece preferir uma ditadura a outra. Eu
não.
“Estado de
terror que prendia, torturava, assassinava a tantos brasileiros.” Estado de
terror que prendia, é também o que utiliza a ignorância, como prisão, como
massa de manobra. Assassinatos podem ser cometidos por omissão, por desvio de
recursos públicos, por descaso – a diferença é só o anonimato das vítimas.
Lições, quase nenhuma Sr. Sociólogo.
Mas uma admiração pela maioria dos Ministros que a sua quase ditadura nomeou
para o STF. Com entendimentos diferentes, mas cumprindo as leis e por isso
dignificando a palavra Liberdade.
No mais Sr. Sociólogo não chame
qualquer coisa de democracia, o significado desta palavra passa muito longe do
pensamento de quem quer trocar uma ditadura por outra. Só quando respeitamos o
que é para todos é que estaremos nos respeitando.
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