segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Chula do vaqueiro Joque



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Nos ermos do lá bem longe
No mundo de todo espaço
Um canto marajoara
Cai na roda feito laço

Não tinha noite nem dia
Na lida de todo esforço
Um animal o vestia
Dos pés até o pescoço

Vez nos campos alagados
Outro num tanto estiano
Sem tempo para reparar
Todo querer desumano

Seguia sempre na vida
Com a morte combinando
Seu modo de encantado
Natural e suserano

Animal enterrou chifre
Desmorrer não foi engano
Guariba surgiu das folhas
Esturrou por mais de ano

Um bote brotou da terra
Picando qual desengano
Cavalo quebrou a perna
Remédio foi só um ramo

Pescoço estalou na queda
Da morte foi desmorrendo
Encanto já se sabia
Há muito nele vivendo

Um dia o canto triste
Na distância ressoou
Esbarrando todo encanto
No desencanto do amor

Vaqueiro desencarnou
Fez valer o que é pequeno
Para gente que tem fervor
Virou, sendo, noutro pleno



“Ê guará-guará ê ...
Ê guará-mirim...
Eu conheço pelo olho
Quem fala mal de mim”
(*)






(*) Domínio Público Adaptado



MQ

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