domingo, 20 de novembro de 2011

Nascimentos

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Quando tua boca vadia me percorre
Macia, molhada, sedutora
Um deus nasce em volta
Sem saber se explicar
Tão sem rumo o coitado
Nem sabe pra onde olhar

Se as mãos, se permitindo
Se os olhos, vazios de medo e dor
Ou se o arrebatamento
De dois corpos em um só

Implora, quer a beleza
E a liturgia da intensidade
Que seu credo quer negar

Prepara tanta razão
Para o silêncio desmanchar
Que finge até segredos
Mentindo para vendar

Quando teu desejo sem pudor me envolve
Lânguido, libertário, sedutor
Nasce dentro da minha carne
O ser sem deus que é o deus da tua carne

MQ
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