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Ando à noite
E a noite me anda
Envelhecendo
Sombras e simulações
Por não crer em nada
Creio em tudo
O que não acredito
É que é minha fé
Mas escolho crer em ti
Porque escolher
É arbítrio
Dos seres incrédulos
Daí descendem
Meus demônios
E a súplica aos deuses
Para ajudarem
Preciso entender as marcas
Que carrego na face
E a alma que degenera
Num corpo teimando
Só querer morrer
Peço
Não tirem as vistas de mim
Demônios ajudadores
Deuses onipresentes
Musas carpideiras
Entreguem-me duma vez
Os versos todos
Para tecer o cordão
Da minha poesia
E poder me enforcar
Cem mil vezes mil
Nos laços da rima
E calar toda dor
Não crer
Me joga no meio
Da turba enlouquecida
De todas as fés
Por isso escolhi
Crer em ti
E por assim ser
Creio também em artes e reinos
E na mulher nua
No meu sangue natural
E no que o infecta
No negro da minha alma
Desperta do desalento
Creio também no que embrandece
E no servil do sentimento
Que sorri da mágoa
Profundezas da liberdade
Podem sonhar em mim
E o que convém à minha solidão
Fica fora dos grilhões
Atrelado-me ao insólito
Jeito dos incrédulos
Que escolhem crer
No que não crêem
MQ
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quinta-feira, 20 de outubro de 2011
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Creio também em artes e reinos... Não crer me joga no meio da turba enlouquecida de todas as fés...
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