Os dois eram medíocres, inseparáveis
no convívio e nos conflitos; o amor era, o ódio também, um e outro conviviam
com outras diferenças e se precisavam.
O egoísmo ora se juntava com o amor
ora com o ódio. A coragem, totalmente malvista, nunca se despia totalmente para
nenhum deles.
Vaidosos, cuidavam muito das aparências;
disfarçavam, maquiando o rosto da harmonia e tinham cuidado em instigar, afagar
o perdão; de todos, era o mais casmurro e falso. Anotava tudo para pequenas
chantagens futuras.
A compreensão, coitada, bem que se
esforçava para explicar as razões de um ao outro, nunca conseguia. A mentira
freqüentava a cama dos dois, lânguida e metida a discreta.
O desejo só se aliava a eles juntos,
libertário, imediatista e despudorado. Era o único que conseguia
verdadeiramente equilibrar o que do outro havia em cada um.
Promíscuos, inseparáveis e medíocres
com suas alianças temporárias, seus instantes de trégua e dissimulações, viviam
na guerra sem fim que mora dentro dos seres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário