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BAR DO PARQUE
Sem portas
não fecha
o concerto de gargalhadas
nem cala
a liberdade.
Não algema
mãos delicadas
nem tranca
a escandalosa saudade.
Sem janelas...
porque o adeus na noite
é obsceno
em desamparados olhares.
O teto
são cabeças distantes
e o cio de estrelas
da terra.
O chão:
- a existência
do céu inventado
e o inferno do rim
(no mijo das palavras).
É assim o bar
do par que exibe
as bocas naufragadas
entre copos e garrafas
(sobre o lixo da escuridão)
- como um outdoor do tédio!
-.(...Esse par que
no barco bêbedo
dentro do mar invisível
quebra-se
nas calçadas do sol...).
O bar não fecha a poesia:
não tem portas a noite
nem janelas o dia.
O bar é par do impossível
que amanhece ímpar
Ronaldo Franco
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Agradeço a publicação de meu poeminha, amigo Quinan. Sua delicadeza e atenção > com esse véio poeta/aprendiz > comove-me. Obrigadíssimo!
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