quinta-feira, 9 de julho de 2009

A GRAMÁTICA DO SARNEY...

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Temos um novo verbo: sarnar. Conjuga-se exclusivamente na primeira pessoa e usa-se 'y' para parecer moderno: eu sarney. O verbo sarnar é irregular, embora siga regularmente o mesmo esquema: o emprego de parentes no presente do indicativo. Sarnar é da família de empregar. Emprega-se um sarney por pessoa do discurso. É um verbo que sofre de hipertrofia da primeira pessoa. E tem recursos públicos infinitivos. O Brasil inteiro já foi sarnado algum dia.

Quem tem Sarney, claro, tem sarna para se coçar. Sarney é escroto. Renan Calheiros é repugnante. Michel Temer parece um papagaio empalhado. Todos vivem sarnando. O Brasil é o país do Sarney. A culpa, obviamente, é sempre do mordomo. Nada de novo no Senado. O mordomo da Roseana sarnou. Só ele sabia de tudo. Por isso era chamado de 'Secreta'. O Secreta é um dos atos secretos do Senado. É simples assim. Não tem segredo. Sarney não sabia de nada. Conjugar é com ele.


Conjugar esforços para empregar bem o verbo sarnar na primeira pessoa. A vida é assim mesmo. Quem pode mais, sarna mais. Ou menos? Deu no jornal: publicada a primeira foto oficial de Bo, o cãozinho da família Obama. Bo, e eu com isso! Nosso negócio é outro: publicada primeira foto da família Sarney reunida no Senado. Faltou lugar na imagem.

Há um projeto para mudar o nome do Senado para Senada. Lá nunca acontece nada mesmo. Se nada, se nada e se morre numa praia. Do Maranhão. Tudo no Senado é lento, menos a contratação de parentes. O senador gaúcho Pedro Simon é mais lento que o Índio correndo atrás do gordo Ronaldo. Sempre chega atrasado. Mas fica indignado. E dá discurso. Tarde demais: o parente do Sarney já dorme na rede. O Paim nem comenta. O problema do Senado não é o Paim. É o Painho. Painho Sarney. Painho Calheiros. E o Painho Zambiasi? Parou de falar. Anda longe dos microfones. Não quer arranjar sarna com o Sarney?

Como se sabe, há um complô para desestabilizar as instituições nacionais. A ação deletéria está comprometendo os pilares da democracia. É comandada por dois inimigos da res pública, dois elementos de vasta folha corrida de maus serviços prestados à Nação, dois sujeitos sem a menor noção de bem público: José e Renan. Eles são completamente a favor da privatização ampla, geral e irrestrita. Começaram pelo Senado. É uma dupla caipira. Adoram formar quadrilha. Em festa junina. Com eles, não há fraude no Senado. A fraude é o Senado.

Uma comissão vai sustentar que não existiram atos secretos no Senado. Apenas 'atos com negação de publicidade' . Os senadores nunca mentem. Somente faltam com a verdade. De comissão, aliás, parece que muitos senadores entendem bastante. Sarney concorda com Luxemburgo: ser bem remunerado não é ser mercenário. Ser senador já é outra coisa. Alguém precisa pagar a conta. Se a torcida grita 'fora, Luxa', o eleitor se contenta com um simples 'é bucha'. O pior vem agora: Sarney revela que tem um plano (escondam as carteiras) e pede um voto de confiança. Tem mais: fala em enxugar o Senado. De novo? Até quando? Eu sarney.

juremir@correiodopovo.com.br


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NICE PINHEIRO - http://www.nicepinheiro.blogspot.com/
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2 comentários:

  1. É isso aí, infelizmente!
    Mas somos nós que permitimos, nós que deixamos esses políticos safados crescerem, e o alimentamos com nossos votos.

    Sarney e Renan são apenas dois
    exemplos disso. Há vários por lá.
    Muitos 'Severinos' também. É bom
    não esquecermos, porque há corrupto
    de todos os tamanhos e gostos!

    Uma das razões porque não suporto
    esse governo petista, é a falta
    de caráter com que governa!
    Os ainda bons que estão nele, deveriam abandoná-lo com urgência.

    Para se manter no poder, vale
    qualquer coisa, qualquer aliança,
    qualquer programa para compra de votos.
    Me sinto enojada!

    O argumento de quem compactua com
    isso, é que os outros fizeram o mesmo. Concordo, mas 'esse' foi mais além e de forma mais agressiva! E acrescento que 'eles'
    foram eleitos justamente para mudar
    essa situação.

    E na minha modesta opinião, se realmente não há como mudar culturalmente esse país, prefiro um presidente que tenha uma voz mais agradável e fale, pelo menos, a nossa língua corretamente!

    Quinan, desculpa querido, por me extender tanto.

    Meu carinho pra você.

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  2. Jac.,

    Imagina, não tem que se desculpar. Assino em baixo de tudo que escreveu.

    Te abraço com cumplicidade.

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