domingo, 30 de novembro de 2014

Camutins - MQ


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Camutins

 
 

Onde as águas são limites

Camutins lugar que é meu

De vim muito pequeno

Algum santo me valeu

 

deixei minha família

Vivendo no bem da vida

Entre caboclos da beira

Com a sorte merecida

 

De vim com vaqueiro

Na garupa garantida

Com ele fui aprendiz

Hoje herdei sua lida

 

Entendo de vaqueirice

Mas penso um dia voltar

Levando meus desenganos

Pra esconder no meu lugar

 

 
 

 

 

 Baixa rasa, baixa funda

Monta as águas, examina

Campos altos e mondongo

Qualquer teso me ensina
 
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sábado, 29 de novembro de 2014

ENTÃO, FOI ASSIM? - RUY GODINHO

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O programa Então, Foi Assim? deste sábado, será inteiramente dedicado ao talento e à criatividade do  cantor e compositor sergipano Rubens Lisboa, a maior expressão musical do menor estado brasileiro.  
 
Na ocasião, ele nos contará as histórias de:
 
- Fim do mundo;
 
- Carrapato;
 
- Calo seco;
 
- Felicidade e
 
- Greve de samba. 

Então, foi assim? Os bastidores da criação musical brasileira, sábado, às seis da tarde na Nacional FM com retransmissão para mais de 240 emissoras em todo Brasil.
 
Produção e apresentação: Ruy Godinho

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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

RODA DE CHORO - RUY GODINHO

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O Roda de Choro deste sábado traz no 1º bloco o genial bandolinista Octávio Dutra e o grupo Terror dos Facões, de Porto Alegre, em gravações históricas de 1913;
No 2º bloco teremos a revisita do cavaquinista e compositor alagoano Índio do Cavaquinho, e o som do CD homônimo, lançado em 2000.
No 3º bloco, apresentaremos a sonoridade interessante do grupo paulista Bora Barão e o som do CD Baile, lançado em 2014.
No 4º bloco, a cantora carioca Lúcia Helena canta valsas do repertório do CD Ternária, lançado em 2014.
E para finalizar, a presença revigorante do trio Choro Novo e o som do CD Sotaques & Influências, lançado em 2013.
 
 
 Roda de Choro, sábado, meio dia pela rádio Câmara FM, 96,9 MHz, de Brasília, retransmitido em mais 205 emissoras pelo Brasil, Japão e Angola.

 
 
 
Produção e apresentação: Ruy Godinho
 
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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

ENTERRO - MQ

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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Marabá - MQ


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Marabá

 

 

Foi martírio

Boca de mata

Cruzamentos

Chico das cobras

Água no peito

E o bochorno tonteando

As bordas do rumo

 

O olhar de nível

E o suscetível

Grudando no barro

E na fornalha

Dos peixes

Enchendo quintais

 

, era de ouro

foi dos cristais

Lugar tão mestiço

De águas e nichos

E muitas mulheres

De olhares mortiços

Desluzindo verdades

Por entre a calamidade

Juntando mortais

 

E no silvo do ouriço

O encardiço do corpo

Coberto de noites

Descobrindo no léu

Do pensamento

Um jeito sedento

De pensar amor
 
 
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terça-feira, 25 de novembro de 2014

CONSELHEIRO - MQ

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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Acabei com elas - MQ


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Lindaura reclamava todo dia e Linoro fingia que escutava. Prometia providências mas, na verdade, não fazia nada. Ia levando no depois faço, até que fez mesmo. Catou  estrume seco no curral do curtume e pôs para queimar, enchendo a casa de fumaça. Espantar as muriçocas? Espantava. Mas logo, elas iam acostumando com a fumaça e os da casa enojando cada dia mais daquele cheiro.

Aparecendo ali e nos vizinhos, em quantidade maior que o de costume, Lindaura pediu a Linoro para achar o lugar de onde elas vinham. Na mesma noite os dois foram no terreiro, com a lamparina na mão,  e encontraram o foco na casinha.

 

- Traiz querosene que vou pôr fogo e matar o ninho, pediu ele. Lindaura lhe convenceu a esperar o outro dia de tardinha, hora que elas não tinham saído ainda, matava mais.

 

Ele acatou. No outro dia, com uma lata de quarto derramou o querosene na fossa deixando um rasto para pôr fogo de longe. Foi no borralho do fogão, acendeu um chumaço de palha de milho e quando ia chegando perto com o fogo... Bum. Só se ouviu o estouro da labareda sapecar o monte de lenha rachada e a copa das mangueiras ao redor.

A fossa exalando seus gases, somados ao querosene que ele derramou, explodiu, abrindo um buraco que engoliu até ele, espalhando sedimento e pedaços da casinha para todo lado. Foi um corre-corre danado. Lindaura gritava.

 

– Acode, meu Deus. Os vizinhos assustados com o estrondo e aquela gritaria, correram, de pronto, no tempo de segurá-la desmaiando.

Seu Ambrósio, mais dois passantes, correram para procurar e não encontraram Linoro em lugar nenhum em volta da casa. Sumira.

Dentro a consternação. Para todos ali, ele tinha voado com a explosão, caindo longe em pedaços. Era em volta do quintal em chamas que eles agora o procuravam. A casa foi enchendo de gente, chegavam só até a porta do terreiro para ver o buraco em chamas, sem aproximar. Dona Lindaura desesperada, em prantos, gritava querendo sair e procurar o marido. Batira, nora de seu Ambrósio, segurava, acalmando com chá de erva cidreira, e Deus sabe o que faz.

O fogo no buraco crepitava no queimar a lenha e o que restou da casinha, quando seu Geraldinho Mulato transpôs o umbral da porta descendo o degrau para o terreiro, querendo ver o acontecido, a madeira queimando estralou mais forte e um vulto saiu de dentro do buraco. Seu Geraldinho identificou como o diabo em pessoa, por causa das duas pontas do chapéu que sobrou e do corpo queimado, uma mistura de carne viva com o sedimento da fossa, como se o buraco tivesse dado nas profundezas. Deu um grito e saiu correndo sem olhar para trás.

 

– É o diabo. Passando dentro da casa cheia, derrubando tudo pela frente até ganhar a rua .

 

O povo que enchia a  sala, no curioso, seguiu ele gritando.

 

- Cruz Credo, Ave Maria! O buraco deu nos infernos, o diabo saiu de dentro da terra.

 

Quem procurava nos arredores os pedaços de Linoro, ouviu aquela assuada, na gritaria correu, também, sem saber direito de quê.

Sobrou só dona Lindaura e Batira que levaram o maior susto quando Linoro adentrou pela cozinha, surdo, todo chamuscado de fogo e lambuzado de merda, ainda com o chumaço de palha na mão, olhou para mulher gritando;

 

– Acabei com elas.

 
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domingo, 23 de novembro de 2014

RETRATO - MQ

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sábado, 22 de novembro de 2014

ENTÃO, FOI ASSIM? - RUY GODINHO

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O programa Então, Foi Assim? deste sábado, será inteiramente dedicado ao talento, à criatividade e irreverência do  Trio Yucatán, criado há mais de 50 anos, dos quais 25 tocando e cantando em cruzeiros marítimos.

Na parte musical ouviremos clássicos da música latino-americana em belíssimos arranjos vocais:
 
- Vereda tropical (Gonzalo Curiel);
 
- Só danço samba (Tom Jobim e Vinícius de Moraes);
 
- Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinícius de Moraes);
 
- O Pato (Jaime Silva e Neusa Teixeira);
 
- El reloj (Roberto Cantoral);
 
- Você já foi à Bahia? (Dorival Caymmi) e
 
- Um bolero rasgado (Carlos Jansen).
 
 
Então, foi assim? Os bastidores da criação musical brasileira, sábado, às seis da tarde na Nacional FM com retransmissão para mais de 240 emissoras em todo Brasil.
 
Produção e apresentação: Ruy Godinho
 
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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

RODA DE CHORO - RUY GODINHO

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RODA DE CHORO - ESPECIAL ADRIANO AMORIM
 
O Roda de Choro deste sábado vai ser especialmente dedicado ao bandolinista e compositor paulista Adriano Amorim, nascido em Campinas/SP, em 1980, que estará presente durante todo o programa.
 

Na parte musical, choros instrumentais e cantados do álbum Sonata Brasileira, lançado em 2008.
 

- Quadradinho (Altamiro Carrilho);
 
- Quem sabe (Carlos Gomes);
 
- Procurando encrenca (Izaias Bueno de Almeida);
 
- Velho arvoredo (Hélio Delmiro);
 
- Êta JK  (Ermelindo Rodrigues);
 
- Não tem tradução (Noel Rosa);
 
- Tenor chorão (Mário Rodrigues Neto) e
 
- Doutor Sax (Milton Mori)
 
 
 Roda de Choro, sábado, meio dia pela rádio Câmara FM, 96,9 MHz, de Brasília, retransmitido em mais 205 emissoras pelo Brasil, Japão e Angola.

 
 
Produção e apresentação: Ruy Godinho
 
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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Apartação - MQ


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Campos altos, campos baixos

Quantas crias eu descubro

Contando todo gado

Reunido nesse outubro

 

Campos altos, campos baixos

É hora da castração

De refinar a malhada

Fazendo a marcação

 

Aproveitar o estival

O seco e seu conteúdo

Escutar muita história

De vaqueiro façanhudo

 

Sonhar com quem me espera

Ouvir chula a noite inteira

Debaixo do estrelado

Ao redor duma fogueira

 

 

 

 

 

 

 

 

“Entrelaço cada modo

Num pedaço dessa vida

Por isso que o meu laço

É meu ponto de partida


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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

QUEDA - MQ

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terça-feira, 18 de novembro de 2014

canto das margens - mq


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sou lugar de chegar

e partir

 

sou paralela

ponto por ponto

 

às vezes,  me aproximo

e quase beijo

receosa,  me afasto

mas desejo

 

sou assim

indecisa por inteiro

nunca me afasto tanto

da outra margem

de mim

 

todos me querem

desde o olho d´água

pensando que me divide

até o outro lado

que tanto insiste

 

mas sempre faço convite

quando espraio

em sedução

 

sou também estrada, limitação

corro em águas

com a alma dentro do chão


 
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