terça-feira, 28 de julho de 2009

ENTREATOS - Três sinais

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Foram três sinais. O primeiro, quando levou a mão no punhado de terra, sentiu seu olhar ser chamado. O segundo, ao ouvir uma música longe, como passando para atrair sua atenção. O terceiro, ao enxergar a mulher no portão parecendo esperá-lo. Sentiu um calafrio, ia lentamente em direção a ela, parecendo um sonâmbulo.

Sentia-se no meio de uma multidão que não existia, passava pelos corpos irreais e ouvia o barulho do ar mais denso sendo atravessado por seu corpo.

Quanto mais se aproximava do portão, mais entorpecido ficava. Ela tinha tudo que ele queria não perceber numa mulher. Mas ali estavam, agora frente a frente; olharam-se longamente.

Ela estendeu a mão e chamou.

“Vem... sou agora tua realidade, sou quem nunca conseguirás enterrar e nem desenterrar de dentro de ti; sou tua, inteiramente; aceito o que quiseres de mim e, quando quiseres, te terei.”

“Sou tua e também és meu. Querendo, chama-me, sempre.

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MQ
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