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Saiu da festa depois de ter bebido todas, cheirado muito. Perambulava sem destino, bebendo e ouvindo música.
Parou na loja de conveniência, comprou mais cerveja e, quando ia abrindo a porta do carro, notou a mulher. Pareceu assustada, vindo em sua direção. Alta, magra, bem-vestida e com um pequeno ferimento no lado esquerdo do peito, de onde saía um filete de sangue escorrendo pelo vestido branco.
Ao chegar mais perto, reconheceu ser a bailarina que vira dançar no Corpo de Baile do Teatro no início daquela noite, mas não viu mais o ferimento nem a mancha de sangue.
Confuso, esperou que falasse alguma coisa quando chegasse perto. Ela pediu apenas para aumentar o volume do som e começou a dançar em volta do carro.
À medida que ele a observava, fascinado, sentia tudo girar e a música penetrar em seu corpo. Ela dançava e ele rodopiava em volta de si mesmo, acompanhando a bailarina com o olhar.
Sentia o sangue procurar todas as direções, a boca seca, o corpo queria outros espaços, estava em êxtase.
As pessoas curiosas que presenciavam, viram quando ele quebrou a garrafa e cravou os cacos no lado esquerdo do peito.Tentaram estancar o sangue que escorria, mas foi em vão.
A visão da dançarina de branco tinha sido sua overdose, estava morto no chão.
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MQ
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quinta-feira, 9 de julho de 2009
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Tenho gostado muito das suas
ResponderExcluirhistórias postadas aqui!
E ando encantada com seus livros
'O povo do Belo Monte' e
'Oração de floresta e rio'!!
Te abraço carinhosamente, amigo
de alma grande e bonita!!
Jac.,
ResponderExcluirObrigado querida amiga, bom saber.
Te abraço.