sábado, 31 de julho de 2010

CENSURA

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CANÇÃO DOS POVOS DA NOITE - FORQUILHA

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Forquilha
(Marcos Quinan)


Arranjo – Fernando Merlino
Piano e Cravo Elétrico – Fernando Merlino
Flauta – Roberto Stepheson
Clarinete – Carlos Soares

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VINÍCIUS DE MORAES por Geraldo Mayrink

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sinfonia triste

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a tristeza
escorria no olhar
não escutavas
nada ao teu redor

a sinfonia do entardecer
deslumbrava
colorida
a tristeza
escorria dos ouvidos
não vias
nada ao teu redor

a tristeza continha
teu corpo
para não escorrer
pelo chão
como lágrimas


MQ

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sexta-feira, 30 de julho de 2010

LUIZÃO MAIA

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RODRIGO CAMPOS

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NILSON CHAVES, BADO, CÉLIO CRUZ, ELIAKIN RUFINO, GRAÇA GOMES, ZÉ MIGUEL - MACAPÁ

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RUY GODINHO - RODA DE CHORO

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RODA DE CHORO – SÁBADO – DIA 31.07.10

No 1º bloco o destaque vai para a Coleção Choro Carioca e abordará obras de dois compositores: Zequinha de Abreu, nascido em Santa Rita do Passa Quatro/SP, em 1880 e Tonico do Padre, nascido em Pirenópolis/GO, em 1837.


No 2º bloco o destaque é o virtuosismo do flautista Nicolino Cópia, conhecido como Copinha, nascido em São Paulo/SP, em 1910, que interpretará somente obras do mestre Pixinguinha.

No 3º e 4º blocos, teremos a beleza e a versatilidade das músicas do multiinstrumentista e compositor João Tomé. Nascido em Uberaba/MG, em 1910, cego de nascença, Tomé - que faleceu em 1971 - teve sua obra registrada postumamente no CD Todos Sabem, lançado em 2010.

No 5º bloco a tônica será a presença do violonista Rogério Dentello, nascido em Bragança Paulista/SP e o som do CD Bach etc, lançado em 1999, com clássicos de Bach, Villa-Lobos, João Pernambuco, Ernesto Nazareth e composições próprias.

Ouça pela internet:


Rádio Câmara, Brasília: www.radio.camara.gov.br (rádio ao vivo), sábados, 12h.

Rádio Roquette Pinto, Rio de Janeiro: www.fm94.rj.gov.br
terças e quintas-feiras, 14h; quartas e sextas-feiras, às 2h.

Rádio Utopia FM, Planaltina-DF, quartas-feiras, 18h.


Produção e Apresentação: Ruy Godinho


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BIRATAN

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FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO - RECIFE


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Curso Intervenções Performáticas na Fundação

Integrando a programação da Semana de Videoarte, a Fundação Joaquim Nabuco promove o curso Intervenções Performáticas, a ser realizado entre os dias 2 e 13 de agosto. Ministrado pela professora da Universidade Federal de Pernambuco Maria do Carmo Nino e por mediadores, o curso tem como objetivo fornecer introdução à história da videoarte, com foco na performance. Em pauta, questões como corpo, gênero, política e identidade. O curso culminará com a produção de performances por parte dos alunos e exibição e discussão dos vídeos realizados.

Serviço:
O que: Curso Intervenções Performáticas
Quando: de 2 a 13 de agosto de 2010
Local: Fundação Joaquim Nabuco
Endereço: Rua Henrique Dias, 609. Derby – PE.
Público Alvo: Professores de Ensino Médio das redes pública e privada
Inscrições: São gratuitas e podem ser feitas na Divisão de Ações Educativas fone: (81) 3073.6686
Informações:
www.fundaj.gov.br culturaeduc@fundaj.gov.br
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quinta-feira, 29 de julho de 2010

lembrando eurídice

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para vinicius de moraes


são de solidão
os versos no violão
que fiz, lembrando
só nós dois
contam nossa paixão
na canção que a lua
nua segue lá do céu
nossa história calando
a madrugada
eras tão minha
e eu só teu
quando a dor
me enlaçou
mas meu amor não morreu
vive
vagando nas noites
que o luar abraça
acompanhando
esta canção


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MQ
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ELIZETH CARDOSO

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PEDRINHO CAVALLÉRO - MOSQUEIRO

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quarta-feira, 28 de julho de 2010

AMADEU CAVALCANTE E OSMAR JR - MACAPÁ

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ANA TERRA


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O diabo mora nos detalhes -
reflexões sobre os direitos do autor

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Por Ana Terra


As alterações que estão sendo propostas na legislação trazem em sua redação palavrinhas perigosas e aparentemente inocentes, mas abrem brechas que podem prejudicar os direitos dos autores.

Em debate recente alguém perguntou ao maestro Leonardo Bruno, o que é um músico? E ele respondeu mais ou menos isso: é aquele para quem a música é a primeira e principal razão de viver.

O artista é alvo de amor e ódio da sociedade. Ao mesmo tempo em que endeusado por sua criação, é também invejado por sua liberdade. Prazer e trabalho raramente se conjugam. A maioria não gosta do que faz porque seu trabalho não tem significado, não lhe diz respeito, é alienado, não lhe pertence. E esperam o fim de semana para fazer finalmente o que gostam. Quando alguém me pergunta qual a minha profissão e respondo, compositora e escritora, algumas vezes ouço: mas no que você trabalha de verdade!?

No momento encontra-se em consulta pública a proposta de alteração da lei 9610/98 de Direitos Autorais. Não sou advogada, sou autora, e como tal minha cabeça é livre para pensar sem nenhuma amarra técnica. Tenho lido sobre a legislação a respeito, mas mesmo as correntes mais protetoras dos autores em algum momento os deixam órfãos. Precisava de uma chave para compreender o argumento filosófico que institui esse paradoxo que me intriga e para isso fui às origens.

A arte sempre existiu, mas antigamente não tinha o status de propriedade. Era tratada como uma prestação de serviço especial e seus criadores eram sustentados pela corte ou pela elite. A arte sempre foi fundamental para a existência. O que seria dos templos, palácios, cerimônias públicas, salões nobres? O que seria a vida sem ela? Por isso os criadores sempre foram sustentados.

Quando Gutenberg inventa a prensa, a história muda. Passa-se do manuscrito, sob a guarda de seus autores, à possibilidade de reprodução em grande quantidade a partir de um original. Surge então a questão de autoria e propriedade sobre os escritos. Diante disso, os monarcas instituem o regime de privilégios que, por meio de critérios políticos, garante exclusividade aos impressores e aos editores. A elite, como sempre, protege os meios de produção. O capital, e não o trabalho. Só na passagem da Idade Média para a Renascença e seus princípios de valorização do homem, é que os autores percebem sua importância inquestionável para o desenvolvimento da indústria editorial.

Coube à Inglaterra, em 1710, sancionar a primeira legislação escrita sobre a matéria com a célebre Lei da Rainha Ana, o Copyright Act, reconhecendo aos autores o direito exclusivo de reprodução sobre as obras por eles criadas. Mas essa noção só seria plenamente institucionalizada com as leis francesas de 1793, que garantiram expressamente o direito ao autor de exploração da obra pelo prazo previsto, após o qual cairiam no domínio comum “como compensação pelo fato de valer-se o criador, em sua elaboração, do acervo cultural da humanidade.”

Esse é o detalhe principal. Uma premissa falsa a partir da qual o paradoxo se instala e justifica as mudanças propostas para a lei brasileira em vigor. Por um acaso alguma coisa pode nascer do nada? Tudo nasce do acervo cultural da humanidade.

O Direito Autoral no Brasil é amplamente amparado na Constituição brasileira que, em 1988, não só consolidou mas ampliou esses direitos que, além dos anteriores direitos de reprodução e exclusividade de utilização, incluiu também a prerrogativa de exclusividade na publicação da obra. Isto significa que o autor tem a faculdade de oferecer ou não ao público o acesso à sua obra.

A proteção à propriedade intelectual é uma garantia fundamental, como o direito à vida e à inviolabilidade do domicílio. Muitas vezes, com a melhor das intenções, criam-se armadilhas conceituais. Os temidos detalhes. Por exemplo, a obra do espírito é definida equivocadamente como imaterial, como se pudesse existir alguma “obra” que não fosse resultado de uma ação ou trabalho. Mesmo uma música, que se propaga no ar, não precisa estar gravada ou registrada em uma partitura para receber proteção autoral, mas precisa ser exteriorizada. Para ser executada pela voz ou outro instrumento a idéia se materializa em primeira instância no suporte corpo humano. Não há idéia exteriorizada dissociada do suporte físico, portanto não há obra imaterial.

A obra de arte é o patrimônio moral e pecuniário de seu autor. No sistema capitalista brasileiro deve ser tratado como qualquer patrimônio, que é transmissível por herança sem prazo para extinção desse direito. Da mesma forma que a ciência de construir uma moradia é fruto do acervo cultural da humanidade, nem por isso ela passa ao domínio público. E também não é alvo de autorização não voluntária para, por exemplo, fins educacionais ou culturais.

O Direito Autoral é uma conquista do trabalhador intelectual e da civilização. Em 2002, na recente codificação dos direitos civis, foi incluído nos Direitos da Personalidade, inserido nos chamados Direitos da Pessoa referentes à posição do ser humano na sociedade, e destina-se a individualizar a pessoa e conferir-lhe meios de se desenvolver intelectualmente. A obra de arte é considerada um prolongamento da personalidade de seu autor e com ele estabelece um vínculo permanente mesmo após sua morte.

O conflito entre o direito de propriedade sobre suas obras X o direito da sociedade ao conhecimento é um falso conflito causado por detalhes que, aparentemente, não são do mal, mas vão distorcendo perigosamente o espírito das leis.

No mundo nada é de graça. Mesmo nos eventos “gratuitos” alguém está pagando por isso. No caso da música, por exemplo. Em cerimônias religiosas, nas festas populares, nos estabelecimentos de ensino, nas academias de ginástica e, evidentemente, nos meios de comunicação, todos recebem por seu trabalho. O padre, o pastor, o produtor, os técnicos, o vendedor de cachorro quente, o porteiro, os professores. Os únicos acusados de “atrapalhar a festa” são os autores. Por quê? Seria por conta dos sentimentos de amor e ódio que despertam nos não criadores?

Podemos negociar preços, caso sejam inadequados, mas não princípios. Todo trabalhador, tem que ser receber pagamento por seu trabalho. Para todas as questões, inclusive as de ordem subjetiva, existem os parâmetros das leis. A lei de Direitos Autorais em vigor no Brasil, e na maioria dos países, guardados os equívocos de origem apontados, segue os princípios da Convenção de Berna. Esta garante os direitos morais e patrimoniais do autor e os dos titulares de direito conexo ao do autor, incluindo nessa categoria, os intérpretes e executantes.

As alterações que estão sendo propostas trazem em sua redação palavrinhas perigosas e aparentemente inocentes, mas abrem brechas para alterar o espírito da lei. E como reza a sabedoria popular: o diabo mora nos detalhes.

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FERNANDO MERLINO, JAMIL JOANES, ERNELTON SILVA, JÚLIO MERLINO, JOSÉ ARIMATÉIA E JOANA DUAH - RIO DE JANEIRO

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GUIMARÃES ROSA

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Fotografia: MQ
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CANÇÃO DOS POVOS DA NOITE - DANÇA

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Dança
(Marcos Quinan)

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Arranjo de Base – Eudes Fraga
Arranjo de Cordas – Roberto Stepheson
Violão – Eudes Fraga
Cello – Marcus Ribeiro
Viola – Eduardo Pereira
Violino – André Cunha
Clarone – Carlos Soares
Pandeiro – Marcos Amma

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terça-feira, 27 de julho de 2010

PAULO VIEIRA - HENRY BURNETT - BANDA CLEPSIDRA - BELÉM

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NELSON SARGENTO

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EVERTON BEHENCK - SACRIFÍCIO

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Pernas
Entre elas
Um espaço de fome

Como a boca de um monstro
Como o gosto de sangue
Na língua cortada
Por um beijo afiado

Pernas
Como duas sentinelas

Guardando o óvulo
Feito ave

Moldura de carne

Nas curvas suaves
Um olhar agudo

O sangue fugindo
Quando a mão enforca a perna

Condenada
A passar a noite desperta

Pernas
Abertas

Para que um homem
Entre elas

Se ofereça em sacrifício.



Everton Behenck - http://apesardoceu.wordpress.com/

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segunda-feira, 26 de julho de 2010

consciência


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cá estou
serenizado em minha
solidão
hoje sei quem sou
percebo
componho
sou parte
recrio
assumo
sou todo


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MQ
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domingo, 25 de julho de 2010

CUSSY DE ALMEIDA - 1926 -2010

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Nasceu em Natal, onde iniciou, aos cinco anos de idade, música e violino no Instituto de Música do Rio Grande do Norte, escola dirigida por seu pai, Waldemar de Almeida, compositor e professor de piano. Dotado de um prodigioso talento precoce, com apenas seis anos realizou seu primeiro recital em público no Teatro Carlos Gomes daquela cidade. Aos onze, já com um bom domínio do seu instrumento, realizava concertos em várias cidades do Brasil o que motivou seu pai a transferir a família para o estado de Pernambuco.

No Recife, estudou violino com o prof. Vicente Fittipaldi que o fez ingressar, com apenas 14 anos de idade, na Orquestra Sinfônica do Recife, a mais antiga orquestra do Brasil. Em 1958, após obter no ano anterior o primeiro prêmio no concurso para jovens solistas da Prefeitura Municipal do Recife, viajou para a Europa estabelecendo-se inicialmente em Paris. Naquele ano estudou com o prof. René Benedetti do Conservatório Superior de Música e teve o privilégio de conviver com o compositor Heitor Villa Lobos, que o considerava "um violino de esperança".

A partir de 1959 recebeu, após exames de admissão, uma bolsa de estudos integral no Conservatório Superior de Música de Genebra, na Suíça. Nos quatro anos seguintes, Cussy obteve o diploma profissional de violino que lhe valeu o prêmio Albert Lulin - atribuído ao aluno que mais se destacou pelos seus dotes artísticos e capacidade de trabalho e, dois anos depois, recebeu o prêmio de Alta Virtuosidade daquela escola.


Foi Spala e solista da Orchestre des Jeunesses Musicales Suisse por quatro anos e também violinista da Orchestre de la Suisse Romande, à época dirigida por Ernest Ansermet.
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Participou dos festivais de Montreux, Viena, Baalbeck (Líbano), Atenas e Berlim, e em 1964, antes de voltar para o Brasil, foi finalista do Concurso Internacional de Música da Câmara de Munique, na Alemanha, com a pianista pernambucana Josefina Aguiar.

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De volta ao Brasil, em 1965, foi professor das universidades federais da Paraíba e do Rio Grande do Norte e professor convidado da Universidade Federal de Pernambuco. Como diretor do Conservatório Pernambucano de Música por 16 anos criou, em 1970, a Orquestra Armorial de Câmera com a qual realizou mais de 600 concertos no Brasil e gravou quatro discos que lhe valeram, por duas vezes, em São Paulo, o Prêmio Villa-Lobos da Associação dos Produtores Fonográficos. Criou ainda a Orquestra de Cordas Dedilhadas, a primeira no Brasil formada com instrumentos populares: violões, violas sertanejas de 12 cordas, bandolins e cavaquinho.

Com o seu violino Stradivarius, foi solista das melhores orquestras sinfônicas do país e realizou recitais de música de câmera no Brasil, América Central, Estados Unidos e China.

Como compositor é autor de várias obras criadas a partir de pesquisas na música brasileira de raiz, trabalho iniciado em 1969 ao lado dos compositores Clóvis Pereira, Jarbas Maciel, Guerra Peixe e Capiba.

Em 2003, o maestro Cussy de Almeida criou a sua terceira orquestra, o Grupo Orange, que mescla instrumentos eruditos como violino, violoncelos, violas e flautas a instrumentos populares como rabecas, violas de 10 e 12 cordas, pífanos, zabumbas, berimbaus, violões, bandolins e outros. Essa feliz associação resultou em uma música de concerto, de origem popular e definida, através de formas e estilos enriquecidos por uma brasileiríssima sonoridade: forte, clara, colorida e bela.


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JAMELÃO

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TARCISO VIRIATO - BRASÍLIA

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sábado, 24 de julho de 2010

dorir


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é dolorido e definitivo
o inexorável tempo
passando pelo corpo
alquebrando os gestos

dor vindo...
e indo...
indo...

construindo dentro
um jeito de amar
doído e definitivo
misturando ao corpo
a agonia do instante
e a alma em esperança

fim vindo...
e indo...
indo...


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MQ
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VINÍCIUS DE MORAES - 5 elegias

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5 elegias - 1943
Moraes, Vinicius de, 1913-1980

O livro é dedicado a Octavio de Faria, José Arthur da Frota Moreira e Mário Vieira de Mello, colegas do poeta durante seus anos de estudante na Faculdade de Direito do Catete, entre 1930 e 1933. No prefácio, escrito pelo autor, registra-se que as cinco elegias foram concebidas e realizadas entre o sítio do escritor Octavio de Faria, em Itatiaia, em 1937, e Londres e Oxford, na Inglaterra, onde Vinicius, com bolsa do Conselho Britânico, estudou língua e literatura inglesas entre 1938 e 1939. Merece destaque a de número 5, escrita em português e inglês, com seus neologismos e explorações gráficas.


http://www.brasiliana.usp.br/bbd/bitstream/handle/1918/01188900/011889_COMPLETO.pdf

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sexta-feira, 23 de julho de 2010

UM ESTADO RACIAL - Sandro Vaia

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Vânia Bastos canta Edu Lobo - São Paulo

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Auditório Ibirapuera.
Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº
Portão 2 do Parque do Ibirapuera
Sexta e sábado, às 21 horas

RUY GODINHO - RODA DE CHORO

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RODA DE CHORO – SÁBADO – DIA 24.07.10

Especial O LP Que Waldir Azevedo Não Gravou

Era início de setembro de 1980. Faltava pouco mais de 15 dias para que Waldir Azevedo iniciasse a gravação de mais um LP, quando uma indisposição o obrigou a internar-se no hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo. De lá ele seguiu direto para o Campo da Esperança, em Brasília.

Como Waldir era muito minucioso em seu trabalho, tanto quanto era brilhante em seu instrumento, com a proximidade da data da gravação, registrou numa fita cassete uma série de recomendações para o produtor e instruções para o maestro que faria os arranjos. Infelizmente Waldir não pode realizar a gravação deste LP.

No ano de 1983, o selo Som Brasil – RGE fez uma homenagem ao músico carioca, reconstituindo tudo o que ele pretendia fazer naquele LP. O solista escolhido foi Roberto Barbosa, o Canhotinho, já que algumas vezes o próprio Waldir Azevedo havia comentado que ele seria o seu legítimo sucessor.

Nasceu o disco LUZ E SOMBRA - O LP que Waldir Azevedo Não Gravou, que será destaque de todo o programa.

Ouça pela internet:

Rádio Câmara, Brasília: www.radio.camara.gov.br (rádio ao vivo), sábados, 12h.
Rádio Roquette Pinto, Rio de Janeiro: www.fm94.rj.gov.br
sábados, 08h;
Rádio Universitária FM, de Londrina-PR, quintas-feiras, 21h.
Rádio Utopia FM, Planaltina-DF, quartas-feiras, 18h.

Produção e Apresentação: Ruy Godinho
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PATRÍCIA BASTOS - JOÃOZINHO GOMES - ENRICO DI MICELLI - GARANHUNS

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BIRATAN

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quinta-feira, 22 de julho de 2010

BAIACOOL - SALINAS

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Elton Medeiros e Paulinho da Viola: conversa de bambas

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http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,elton-medeiros-e-paulinho-da-viola-conversa-de-bambas,584366,0.htm

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seu olhar

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olhos de orvalho
proficiência do pranto
que vestindo o olhar
pode tirar
lágrima por lágrima
de todo instante
e se desnudar
ou pode conter
sem denunciar
qualquer emoção
que forma um olhar


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MQ
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quarta-feira, 21 de julho de 2010

GUIMARÃES ROSA

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Fotografia: MQ
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FERNANDO MERLINO, JAMIL JOANES, ERNELTON SILVA, JÚLIO MERLINO, JOSÉ ARIMATÉIA E JOANA DUAH - RIO DE JANEIRO

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CANÇÃO DOS POVOS DA NOITE - CHORO CARIMBÓ

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Choro Carimbó
(Marcos Quinan)

Arranjo – Fernando Carvalho
Violão/Viola de 12 Cordas – Fernando Carvalho
Flautas – Roberto Stepheson
Congas/Ganzá – Marcos Amma

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terça-feira, 20 de julho de 2010

EVERTON BEHENCK - DIGA

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Como vão as coisas?
Tem sido sol lá fora?
Como você está agora?

Sorrindo?

Os dias tem sido leves?
Como a saudade que eu sinto?
Ou tem pesado um pouco?
Como quando
A alegria vira o rosto?

E teus olhos como andam?
Que há algum tempo não vejo
Direito
Nem sei do sol
Que eles escondem

Como anda teu sorriso?
Tem refletido teu espírito?
Brincado ao redor das horas?
Para que tudo em volta se alegre?

Ou anda breve?
Como a mão que escreve
Um verso triste?

Como está seu peito?
Repleto de sentimentos?

Belos

Como um querer estar perto?
Ter a voz suave
Para não haver distância

O céu do teu peito anda claro?
Como as flores em novembro
E nele anda um querer sereno?

Ou fechou o tempo
E pesaram as nuvens
Escurecendo?

Me fala do teu passo
Que eu invento
A lágrima ou a alegria
Para te fazer companhia


Everton Behenck - http://apesardoceu.wordpress.com/
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Festival Nacional de Viola


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Leiam a matéria completa no:
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,violeiros-ganham-rede-social-com-musica-e-videos-online,583336,0.htm

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segunda-feira, 19 de julho de 2010

MARIELZA TISCATE - Mulheres

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Procuras a Madalena arrependida?
Largastes Amélia num canto de tua vida?
Morrestes de medo da Olga acusativa
Caístes dos braços da perfeita Diva?
Pensastes que Eva era o princípio?
E que Helena, Helena
Deus te livre dessa pena?
Maria, virgem que não será tua
Talvez Emanuelle nua?
Marina pintou a cara
E pelo sim pelo não
É melhor que voltes correndo
Para Conceição

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Marielza Tiscate - http://maritiscate.blogspot.com/
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Luiz Gonzaga - A voz de um povo sem voz


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ROLANDO BOLDRIN - SR BRASIL

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domingo, 18 de julho de 2010

Arquivo Tv Cultura: Ensaio MPB com Vinícius de Moraes e Toquinho

CAMILO DELDUQUE

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14.04.03 – 11:00 hs
Boteco do Mirante
Petrópolis


Vistas do alto
Do carro que espicha a estrada
As quaresmeiras são pára-quedas coloridos

Enquanto a serra sobe
Estirando caminhos de rochas e verde
O Piabanha banha–se na correnteza

Portas de madeira trabalhadas com vidros
Zumbidos de memória e leitura
Aturam cumprimentos de uma época impalpável
Clava enterrada em pensamentos

O Piabanha escorre e divide a cidade

De repente o céu quer-se escuro
Para entorpecer com arte o curso da vida

É hora de escapar o sentimento
Convocar Soldados de Terracota
Açular uma saudade estrangeira
E acomodar na caixinha de segredos
O fardo essencial de uma nova cor

O Piabanha escorre-se na correnteza
Resignado com a certeza
De nunca voltar ao mesmo lugar


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sábado, 17 de julho de 2010

ZÉ ESPINGUELA, STOKOWSKI E VILLA LOBOS

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CANÇÃO DOS POVOS DA NOITE - DOCE SAUDADE

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Doce Saudade
(Marco Antonio Quinan / Marcos Quinan)


Arranjo – Fernando Merlino
Piano – Fernando Merlino
Viola – Ivan Zandonada
Violino – André Cunha
Cello – Fábio Almeida
Flauta – Roberto Stepheson

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JAC. RIZZO - Poesia...

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Poesia
o que é a poesia
às vezes morna
às vezes fria
quase sempre
é sangria
que palavra nenhuma
estanca
Quando é arrancada
da alma
já nasce
toda encarnada
ferida
ensanguentada
Nem sempre cheira
a jasmim
às vezes,
igual ao mundo,
tem cheiro de lama
no fundo
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sexta-feira, 16 de julho de 2010

ATMOSFERA - RIO DE JANEIRO

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MÁRCIA CORRÊA - Sem segredos


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Vou te contar um enredo

O amor não cabe em montanhas de segredos
e ainda vou dizer o que penso
Não é do amor a tarefa do silêncio

Amor é barco seguro
De um lado a outro da vida
Não pousa em coração imaturo

Dado a salgar as feridas

Do pôr-do-sol a outro dia
Lágrima, pão, riso, melodia
O amor é rima diária
A noite do amor é poesia

Amor para toda a vida
Em casa onde mora o cuidado
A morte não tem guarida


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Márcia Corrêa - http://novopapeldeseda.blogspot.com/
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ZÉ LUIZ MAZZIOTTI E POEMAS VIOLADOS - FORTALEZA

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FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO - RECIFE

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Encontro de formação para educadores no Recife

A Fundação Joaquim Nabuco realiza, no dia 19 de julho, das18h às 20h, o Encontro de Formação de Educadores, que faz parte do Projeto Educativo da 29ª Bienal de São Paulo. O evento é gratuito e oferece curso de formação para professores, educadores e artistas em geral, no Cinema da Fundação, em Recife. Em pauta, aspectos sobre a produção artística contemporânea, histórico da Bienal, relação entre arte e política, além do conceito de arte como experiência, central para o projeto educativo. O encontro conta com palestra, distribuição do material educativo, apresentação dos artistas e discussão dos conceitos da 29ª Bienal. Mais informações no site www.fundaj.gov.br

Serviço
O que: Encontros de Formação para Educadores
Quando: 19 de julho, das18h às 20h
Público: educadores, artistas e profissionais que atuam com cultura
Inscrições: são gratuitas e podem ser realizadas no dia do evento, a partir das 17h
Onde: Cinema da Fundação
Endereço: Rua Henrique Dias, 609. Derby. Recife-PE
Vagas: 197 (lotação do cinema)
Coordenação do evento: Divisão de Ações Educativas Diretoria de Cultura da Fundação Joaquim Nabuco
Apoio: MAMAM
Informações: (81) 3073-6682 e (81) 3073-6682

culturaeduc@fundaj.gov.br
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quinta-feira, 15 de julho de 2010

REINALDO AZEVEDO

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LULA QUER ESTATIZAR OS NOSSOS FILHOS; NÃO SÓ ISSO: QUER PUNIR OS PAIS DECENTES, JÁ QUE OS INDECENTES CONTINUARÃO A FAZER O QUE SEMPRE FIZERAM
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Antes de Lula se declarar Deus e ter escolhido Dilma como a ungida, ele vivia dizendo que os brasileiros eram seus filhos. “Papai” é o rei do mau exemplo. Já foi multado pelo TSE seis vezes, abusa da autoridade para fazer campanha eleitoral, passa a mão em cabeça de mensaleiro, lidera um governo que quebra ilegalmente o sigilo bancário de caseiro e o fiscal de dirigente da oposição. Irmãos! Não sigamos papai nos maus exemplos! Pois bem, como somos seus “filhos”, ele decidiu estatizar os seus netos — no caso, os nossos filhos. Agora eles todos pertencem a… Lula!


O governo enviou um projeto ao Congresso que proíbe a palmada — e os beliscões. Pai que der um tapa da bunda do moleque que se joga no chão no shopping porque cismou de comprar um escafandro pode ser denunciado. O tapa na bunda, meu amigo, passou a ser um assunto de estado. Agora, esse estado tanto pode fazer sozinho a usina de Belo Monte e arcar com o seguro da operação como pode criminalizar o tapa — chinelada, então, deve passar à condição de crime hediondo. Vale para crianças e adolescentes também.

Como sabemos, um dos problemas da educação é a passividade dos adolescentes quando recebem uma ordem dos pais. Isso acabou! Agora eles já podem ir à delegacia mais próxima e denunciar aqueles monstros por “castigo corporal”. “Doutor, ele me deu um tapa no traseiro!”

“Nossa preocupação não é com a palmada. Nossa preocupação é com as palmadas reiteradas e a tendência de que a palmada evolua para surras, queimaduras, fraturas, ameaças de morte”.

Uau! A fala é da subsecretária de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Carmen Oliveira, da Secretaria de Direitos Humanos. Ah, é uma subordinada de Paulo Vannuchi. Tudo faz sentido. Em que mundo vive esta senhora? Que diabo de fantasia é essa?

Projeto de Lula, é? Fico aqui pensando: terá sido a falta de palmadas que levou Lulinha a criar a Gamecorp? Ou palmadas terão faltado antes, no pai do rapaz? Naquele filme micado, a mãe de Lula protege o filho da surra do pai alcoólatra. Agora o Brasil tem de pagar o pato porque o presidente, parece, teve um pai ausente e violento — ao menos é o que ele diz —, o que o impediu de ter superego. Essa última constatação não é parte das minhas ironias, não! Isso é uma verdade psicanalítica. Consultem um especialista.

Agora vem a segunda parte da minha tese: sabem quem Lula elegeu para pai? Sabem quem é o Laio deste Édipo de Garanhuns com registro distorcido? FHC!!! Lula só consegue se entender inteiro se matar FHC, o que ele faz todo dia, tentando eliminá-lo da história. A falta de superego explica essa vaidade desmesurada e esse complexo de Deus. Mas deixo essa mente fascinante para mais tarde.

Volto agora ao projeto. Pais que imponham hoje um castigo cruel aos filhos já são punidos. Se, a despeito das punições previstas, o espancamento ou maltrato acontecem, estamos diante da evidência de que a lei não os intimida. É uma questão de lógica: se o sujeito não teme a lei que proíbe o mais, não vai temer a lei que proíbe o menos.

Logo, a lei de Lula, que estatiza os nossos filhos, busca punir os pais do tapa eventual, às vezes necessário, para coibir um comportamento inconveniente. O Babalorixá propôs uma lei que deixa os violentos, psicopatas ou bandidos onde sempre estiveram e que passa a punir as pessoas normais. A rigor, é o mesmo mecanismo mental estúpido que resultou naquele referendo sobre o desarmamento. Queria proibir a venda de armas legais — geralmente comprada por cidadãos de bem. Ocorre que o problema do Brasil eram e são as armas ilegais, da bandidagem. Bem, nesse caso, o Estado não podia fazer nada… Quem é Lula para dizer como devemos criar os nossos filhos? As leis existentes já são suficientes para punir os violentos.

Tenho duas filhas, 13 e 15 anos, e meu blog é público. Elas podem me ler. Nunca lhes dei nem uma palmada sequer. Uma vez ou outra, raras, cheguei no “quase”. Eu apanhei dos meus pais uma vez ou outra. Tenho 48 anos já. Não sou de um tempo em que a criança era uma majestade intocável, candidata a pequeno terrorista doméstica — e, depois, do convívio social. Às vezes, eu sabia bem por que estava tomando uns petelecos; noutras, achava uma tremenda injustiça. Aprendi, também ali, a distinguir o justo do injusto? É possível.

Se me fosse dado aconselhar, diria: “Façam como faço; evitem até mesmo a palmada; tentem a conversa e outras formas de punição”. Mas isso é uma decisão que, nos limites das leis já existentes, só cabe às famílias. O estado não tem de se meter nessa relação. Daqui a pouco, uma dessas senhoras ensandecidas, metidas a dizer como devemos cuidar dos nossos lares, também vai querer se meter na alimentação das nossas crianças — idiotas que somos, precisamos de especialistas e ONGs para cuidar até disso. Alguém vai propor punir os pais porque os filhos ou são muito magros ou são obesos.

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Reinaldo Azevedo - http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/
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divisão

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somos partes
pejadas de amor
que não partem
inteiras quando
tudo acaba
partem menores
que a metade
de nós dois

maiores antes
menores depois


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MQ
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LÉO NOGUEIRA - Procura-se

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O Amor acordou, naquele dia, desempregado. Do lado esquerdo do peito, digo, da cama, nem os lençóis. O Amor levantou-se, persignou-se, tomou um banho demorado, escovou os dentes, vestiu a melhor roupa, preparou o café-da-manhã (pra um), tomou-o, saiu sem bater a porta… Esse item merece um parêntese: o Amor nunca bate a porta (sem crase) (a recíproca não é verdadeira). O Amor caminhou até o ponto de ônibus, esperou durante trinta minutos, tomou o lotação (lotado), desceu no Centro e foi procurar emprego. Deu com a cara na porta. “Não há vagas”. Nem no escritório, nem na indústria, nem no comércio, nem na obra, nem, nem, nem, nem… Pra ser funcionário público precisava prestar concurso. Pra ser motorista ou doméstico precisava de carta de referência, e, como se sabe, em casa e ao volante, o Amor não tem lá as melhores referências. Em desespero de causa, o Amor tentou montar uma barraquinha de camelô em frente ao Teatro Municipal. Foi expulso a pontapés pelos companheiros que lá já estavam. E ele, que é canhoto, entrou pela rua Direita e foi dar (literalmente) na Liberdade. Vender o próprio corpo, por que não? Fez rapidamente amizade com outras profissionais que faziam ponto ali e sem maiores problemas encontrou um cantinho (aliás, pontinho) seu. Esperou. Esperou. Esperou… Suas companheiras havia muito já tinham ido e voltado, no entanto continuava ele, o Amor, ali. Timidamente, aproximou-se de outra novata (uma cearense recém-chegada do Crato) e perguntou-lhe: “Qual é o meu problema, afinal?”. A moça, gentilmente, embora um pouco constrangida, respondeu-lhe: “Ói, moço, do pouco tempo que eu tô pelaqui, inté hoje só me pediro sexo… Amô inda não”. E lá se foi o Amor. Pegou o ônibus pra Divisa de Diadema, desceu no ponto final, caminhou longos minutos até o Jardim Míriam, no intuito de vender droga. Pra resumir, mais uma vez não foi aceito, afinal, o Amor é droga que, apesar de barata, não dá “barato”. Voltou pra casa a pé. Lá chegando, encontrou a porta escancarada, tal qual a havia deixado. O Amor chorou no sofá, ouvindo Roberto Carlos. "Mas, se não for por amor, me deixe aqui no chão". O Amor bebeu. O Amor sentiu ânsia de vômito, correu até o banheiro, porém, antes do momento crucial, teve tempo de olhar-se de relance no espelho e perceber o que lhe faltava: o Amor-Próprio.


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Léo Nogueira - http://www.oxdopoema.blogspot.com/
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BIRATAN

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LANNA RODRIGUES - DUQUE DE CAXIAS

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quarta-feira, 14 de julho de 2010

FERNANDO MERLINO, JAMIL JOANES, ERNELTON SILVA, JÚLIO MERLINO, JOSÉ ARIMATÉIA E JOANA DUAH - RIO DE JANEIRO

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CANÇÃO DOS POVOS DA NOITE - CHICO DE MINAS

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Chico de Minas
(Marco Antonio Quinan / Marcos Quinan)

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Arranjo – Fernando Carvalho
Violões – Fernando Carvalho
Flautas – Roberto Stepheson

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GUIMARÃES ROSA

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Fotografia: MQ

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terça-feira, 13 de julho de 2010

segunda-feira, 12 de julho de 2010

ROLANDO BOLDRIN - SR BRASIL

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JAC. RIZZO - Constatação

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Vamos juntos para o mar
em silêncio
o vento é frio na tarde
e deixa um vão
de tristeza
entre nós

Vamos mudos
caminhando devagar
pra não quebrar o encanto

Nos olhamos
com olhar torturado
de ilhas distantes e desertas

Sem espanto

tudo é silêncio
de pedra
na gente

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Jac. Rizzo - http://jacrizzo.blogspot.com/

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ALTER DO CHÃO (TERRA DO CHÃO) - PARÁ

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Fotografia: Marina Quinan
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OS CARIOCAS - RIO DE JANEIRO

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domingo, 11 de julho de 2010

VINÍCIUS DE MORAES

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Novos Poemas – 1938

Moraes, Vinicius de, 1913-1980

O quarto livro de poesia de Vinicius de Moraes, saído a público em 1938, traz em epígrafe verso de "Poética", de Manuel Bandeira: "Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis". De fato, o poeta apresenta neste volume uma poesia bastante variada, com textos em versos livres, outros com recurso a metros e formas tradicionais (como o decassílabo e a redondilha, o soneto e a balada), e ainda poemas em prosa. O tom elevado convive aqui com uma linguagem mais despojada e coloquial.

http://www.brasiliana.usp.br/bbd/bitstream/handle/1918/01189600/011896_COMPLETO.pdf

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RIO AMAZONAS - AMAPÁ

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Fotografia: MQ
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MARIELZA TISCATE - O avesso do pedido


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Não me ame com deleite
Não me queira com sofreguidão
Vá viver a sua vida
Tenha muitas outras mulheres
Ponha fogo em suas camas
E explore os seus corpos

Não precisa me dar flores
Nem me olhar como menino
Implorando pra ser meu

Não seja tão carinhoso
Seja rude volta e meia
Rápido e objetivo
Não pergunte se gostei
Ou se ainda quero mais
Apenas pegue o que quer
Depois vire para o lado
Durma o sono dos justos
Previsto no código dos machos

E quando a manhã chegar
Vá embora sem aviso
Me dê um beijo na testa
Muito rápido e preciso
Pense em tantas outras loucuras
Que estão a esperar
Afaste a melancolia
Se jogue inteiro no dia
E não volte a me procurar
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Marielza Tiscate - http://maritiscate.blogspot.com/
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sábado, 10 de julho de 2010

ORAÇÃO DE FLORESTA E RIO - virgindade do miguel

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para miguel de curitiba


nossa inocência oferecida
em volta das casas que dormem
na adolescência da cidade
nossos lábios ansiosos por seios
nosso sexo em calor
latejando
na posição de voar
nossa inocência
entregue à sabedoria
do corpo mutilado
de ritinha do buraco
alma vendida por tostões
meninos empurrados
homens em tentativa
na alma mutilada de
ritinha do buraco
no corpo em negócios
de ritinha do buraco
inocência de todos nós vencida
menos a do miguel de curitiba

MQ
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RODA DE SAMBA DE RAIZ - 100 ANOS DE ADONIRAN BARBOSA - SÃO PAULO

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