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Não adiantava insistir - “o sonho é uma obra cumprida, uma obra em si” – lia João Cabral de Melo Neto; mas insistia, será o que vivera além do sonho? Refletia frente ao livro e ao copo cheio.
Sonhara com o amor e foi como sonhou, vivendo momentos nele, com ele, para ele, numa entrega total, difícil de mensurar.
Tentava se lembrar dos detalhes sonhados e de cada instante da realidade. O sonho foi realidade ou a realidade é que foi o sonho.
Tentava traduzir as palavras do poeta, ajudado pelo momento da bebida. Tirava a idealização dos sentidos, queria entender. Será que esquecera, no devaneio, de pensar que haveria momentos de dor? Que o sonho era só seu? Será que deveria se engrandecer pelo que sentira ao realizá-lo?
Refletia, bebia aquela frase, tomava a bebida que não o embriagava mais. Teria sido tudo? Suas mãos começaram a tremer de ausência.
Foi quando derrubou o copo e molhou o livro. As letras começaram a se dissolver, ficando a página em branco. Ao secá-la, viu que muitas letras se reagrupavam misteriosamente para formar duas únicas frases:
- Sonha de novo...
- Sonha outra vez...
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MQ
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quinta-feira, 16 de julho de 2009
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Gostei muito, querido amigo!
ResponderExcluirVenho sempre ler suas histórias!
Gosto de tirar das linhas que vc
escreve, essas mulheres amadas e
idealizadas, esses poetas e seus amores
tão prováveis e, mesmo assim, insólitos!
Porque a vida é, em sua maior parte, absurda, e contraditória!
A vida e seus contrários!
E nem o copo de bebida a faz
menos paradoxal.
Voltemos ao sonho...depressa!!
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ResponderExcluirBem Vindo ao Blog
Fã Clube.
Jac.,
ResponderExcluirQue bom, vamos aos sonhos sempre, sempre...
Te abraço com muito carinho.