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Acordou no meio da noite, toda suada e com a boca seca. A vontade de fumar se sobrepôs a sede. Acendeu o cigarro sem coordenar direito o pensamento.
Estava se sentindo muito esquisita, tomou um copo d’água, vieram calafrios junto ao suor. Mediu a temperatura, tomou um banho frio. Não deixava o pensamento divagar e nem se lembrar de nada.
A atenção ficou no corpo. Olhou para os pés, desconfiando da beleza que enxergava; viu-se no espelho e não acreditou, estava linda. Os seios pareciam os de uma virgem, o sexo, um entalhe segurando o desenho das coxas.
Tocou com a ponta da toalha o rosto, o pescoço, descendo vagarosamente para os braços. Via-se com a beleza do mundo sobressaindo no corpo inteiro. Encostou com leveza a ponta dos dedos nos lábios; acendeu outro cigarro, olhou-se novamente no espelho e só aí entendeu.
Era a saudade que os pensamentos recusavam, respondendo no físico.
Os olhos não tinham governo, nem eram os seus.
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MQ.
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terça-feira, 7 de julho de 2009
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