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- I’êle sortava vento inquanto fornicava i’eu, fornico froxo, por mode
conta da nhandiroba qu’eu passava. Achava qu’era gosto meu. Quando envinha era
os modo, fazê num duê, um avantajo daquele quereno... quereno... cruzi crêdo,
Suzuca reclamava, Armina tamém. Insinei marrá tripa de porco cum olhim
d’nhandiroba, na hora era só moiá um dedo, inludia. Suzuca cuntô pra Nhanjina,
i’ela feiz tamém.
- Ficô tudo pra i’êle, gostano dele. Nois vigiava os rumo d’ele vim mó
num querê o manipanço. Num matá boi, i’ele pegava nóis, uma. Medo de ficá sem
coiê o sangue pro sarapatel, inda na bondade dele, procela dum oiá mais teso
qu’eu davo.
- Ué mia parenta siô ôiava cedo pr’uma, paresque gustá du craro,
cum’antão o vaquero Ventura du iscuro... i’êle sim. Caricia tripinha, caricia
fingi detono, ‘struvenga firmava us gozo, quan’ele dava diamba, uns mais.
Remavam descendo o rio,
com a canoa carregada de cachos, costume que faziam gosto, hora de se tardar,
longe dos afazeres, longe da perseguição dos homens de mando. Hora mais feliz
das duas.
No repuxo da curva,
ouviram a explosão e viram o primeiro sinal de fumaça. Quando deu vista, o velame
da embarcação inçado de vento fazia distância.
Temeram! Eram tantos
homens que chegaram nos últimos dias, tantas armas e conversas... a cozinha ficava
o dia todo com a mesa posta, davam comida a todos que vinham. Sabiam coisa
importante acontecendo; o padre junto, muita gente bem vestida, livros e papéis
esparramados, ordens pra todo lado; agora aquele silêncio e o sinal de fogo.
Uma luta teria durado
mais e a guerra ouvida de longe. Remaram mais depressa e foram distinguindo a
destruição, a casa grande, a senzala, o paiol, as moendas, tudo queimando,
restado somente a capela com a parede lateral quase destruída
Encostaram na boca do
igarapé com medo e desembarcaram cautelosas, se aproximando devagar, procurando
avistar alguém que não havia ali. Nenhum corpo. Andaram nos arredores, nenhum
cabaneiro, nenhuma criação, nada vivo. Como se tivessem sido engolidos pela explosão
que ouviram.
Desnorteadas, as duas
escravas dormiram aquela noite no que restou da casa e, na manhã, sem encontrar
ninguém, somente aquele silêncio no ar, remaram subindo o rio, margeando
entraram no primeiro igarapé, evitando quem fosse.
Enveredaram por muitos
caminhos d’água, abandonando a canoa, pensando conhecer a nesga de barranco, e
caminharam por horas para descobrir que não sabiam por onde andavam. Com a
noite, o medo dos barulhos da mata, Inácia, ferida num resvaladouro e o
cansaço, sem saber voltar nem para onde, tinham amarrado a canoa, prostraram
embaixo dum enorme angelim.
Ali foram encontradas
muitos dias depois Donzinha, fraca, variando e
comendo terra; Inácia com a ferida gangrenada na perna dando os últimos
respiros.
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