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No elenco, eram sete contratados para reproduzir suas vidas em cena
Personagens: um manipulador, outro que usava a religião para seus logros. O egoísta que também era um covarde. A transgressora convicta que amava um poeta insignificante. Um que acreditava em seu passado e o usava como álibi pra tudo. Outro que era cego, surdo e mudo, não tinha os antebraços nem as pernas, entrava ajudado pelo elenco; na primeira cena, virava cenário.
A última não sabia quem era; nua, dançando languidamente, queria somente ser desejada, fotografada e aplaudida.
Entre os atos, a cortina não se fechava, a marcação ficava apenas num piscar de luzes. Nos três minutos de intervalo, sem nenhuma caracterização, uma pessoa entrava na cena, mudava o aleijado de lugar, limpava cada canto do palco com um espanador, parecendo querer tirar qualquer vestígio de vida do cenário.
Era o único que estava representando.
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MQ
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domingo, 2 de agosto de 2009
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