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Olhar pousado nas faces do sertão
Bandeira do benvirá
Vulto avistado de longe
Cantando loas por lá
No caminho do Uará.
Zé Sereno, o nome teu
É feito a cor deste chão
Desestrelado na terra
Onde habita o coração:
Esse-um donde se tira
Toda uma constelação
Feição de povo da terra
E da gente do Tucano
No beato que descerra
Segredos rudes do agreste
Fruto do fazer humano.
As beatas puxam reza
O terço gira, a cantiga
Baila nos dedos e instiga.
Escudeiros abrasados
Do romanceiro, no barro
Olhares extravasados,
Cutelos desassombrados
Vidas, ferros, estocadas,
Nestas faces reviradas
Massacará, teu caminho
É rude, é pó, é sozinho
Todo o grito ressangrado:
Muita a perda, pouca a sobra!
Visto o ventre desta obra,
Castanho fio, criação
Emudeço os versos parcos
Que ao poeta do sertão
Teço, levando a ele:
A hora viva dos sinos,
Signos-sons da canção.
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sábado, 22 de agosto de 2009
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