sábado, 15 de agosto de 2009

Naquele dia

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Escolhi no meio de tanta cidade
Vestígios do verde engolido
E a simplicidade dum lugar
Olhei em volta, o mundo não vi
Tua chegada transformou
Os arredores em coisa abstrata

Delatando ternura e desejo
Envolvemos nossas historias
Nos delgados fios do enlevo

Então mergulhei em todas as cores
Que formam a cor dos teus olhos
Deles colhi esboços de vontade
E a permissão para o sentimento
Promessas de encontrar coragem
E a segurança do tardio ainda possível

Com o sorriso estampado no medo
Deste a certeza do tanto de saudade
Que freqüentaria nossas vidas
E dos meus olhos roubaste o desejo
Que foi tomando conta de mim

Por momentos tuas mãos colocaram-se
Entre as minhas em sinal de paixão
Ficaste bem perto; então quis tua boca
E acabei roubando a sensualidade
Dos lábios com a volúpia do olhar

Nada mais existia não era noite nem era dia
Teus lábios me beijaram, sem beijar
Meus braços te abraçaram sem abraçar
Não choravas, mas eu te vi chorar

Não traímos o mundo, ele não cabia
Naquele momento que nos tivemos
Porque a vida quis nos deixar a sós

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MQ
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