domingo, 16 de agosto de 2009

MAX MARTINS

Sou homem sem títulos

Sou homem sem títulos,
sou todo legenda.

O que me consola é a valsa
A linha azul sem rumo
Que me envolve e me supera,
O sol que me entontece,
A carta que me busca,
A lágrima sem dor.

Percebe-se que de meus bolsos brotam ervas
Com raízes no deserto
E o paletó me embrulha das mentiras
Que julgo convencionais.

Não atino com o público
Se não o seu jeito de me odiar.

Se no vento busco a forma de meus cabelos
Nos quais me deito e me enrijeço,
De outro modo, o corpo, sem relevo, escuda-me.


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