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Pegou panema
Não soube se valentia
Podia ter seu valor
Tonteado não entendia
Sentia só um torpor
A caça sumiu pro lado
Sem ir pra lugar nenhum
Em volta tudo calado
Um cheiro tal qual bodum
No braço a câimbra subiu
A mira foi enviesada
No corpo triscou calafrio
A arma parou falhada
No caminho asselvajado
Foi onde pegou panema
Perdeu a alma no mato
Esqueceu como se rema
Encontrou-se mais de mês
Na alvura duma rede
Sem lembrar do que sabia
Sentindo só muita sede
“O real tem seu espaço
Para imaginar a vida
Especado é que não pode
Senão fica ela perdida”
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MQ
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quarta-feira, 12 de agosto de 2009
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