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BICHO DE SETE CABEÇAS
(Geraldo Azevedo/Zé Ramalho/ Renato Rocha)
(Geraldo Azevedo/Zé Ramalho/ Renato Rocha)
Não dá pé
Não tem pé, nem cabeça
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez
Ter feito o que você me fez
Desapareça
Cresça e desapareça
Não foi nada
Eu não fiz nada disso
E você fez um bicho de sete cabeças
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Então foi assim ...
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Geraldo Azevedo2 compôs a melodia hoje conhecida como Bicho de Sete Cabeças, em parceria com Zé Ramalho3, no início da década de 1970. Como ela foi composta com dois violões, um de dez e outro de seis cordas, eles a batizaram de Dezesseis Cordas. “Caprichamos tanto que Zé Ramalho tomou-se de grande amor por ela”, comenta Geraldo Azevedo.
Decorridos alguns meses, Geraldinho – como o cantor pernambucano é carinhosamente conhecido – entregou a melodia ao compositor carioca Renato Rocha, para que ele colocasse letra. Nasceram os versos:
“Não dá pé
Não tem pé, nem cabeça
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem jeito mesmo...”
Letra posta, título trocado para Bicho de Sete Cabeças, devidamente aprovada por Geraldo Azevedo, foi gravada por ele em diversos momentos: no LP Bicho de Sete Cabeças, de 1979, lançado pela Epic/CBS; no LP A Luz do Solo, de 1985, lançado pela Polygram/Barclay; no CD Ao Vivo – Geraldo Azevedo, de 1994, lançado pela Geração/BMG Ariola. A música tornou-se um grande sucesso, a ponto de tornar-se um dos hinos da geração bicho-grilo.
Mas, o inesperado aconteceu. A reação de Zé Ramalho diante da letra de Renato Rocha foi de profundo desagrado: “É, realmente, não tem pé, não tem cabeça!” Geraldinho confessou, bem-humorado, para a jornalista Maria do Rosário Caetano, do jornal O Estado de São Paulo, que Zé Ramalho “implicou, não gostou de jeito nenhum”.
A implicância foi levada tão a sério que Zé Ramalho exigiu de Geraldinho que, sempre que a música fosse apresentada só na versão instrumental – tal qual eles haviam composto –, ele a creditasse como Bicho de Sete Cabeças. Mas, quando fosse cantada com letra, que ele a creditasse como Bicho de Sete Cabeças II. “Atendi a este desejo dele no disco-coletânea Minha História (1994/Polygram)”, afirma Geraldinho. E também no CD O Grande Encontro
II - Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho, de 1997, lançado pela BMG Brasil. Quem quiser tirar a prova dos nove, basta consultar os discos.
No ano de 2000, a música serviu de trilha sonora e como título do filme, dirigido por Laís Bodanzky. A película foi vencedora do Festival de Cinema de Brasília daquele ano. A escolha da música pelos produtores do filme deixou Geraldinho muito satisfeito, ainda mais quando soube que ela seria interpretada pelo maranhense Zeca Baleiro.
Decorridos alguns meses, Geraldinho – como o cantor pernambucano é carinhosamente conhecido – entregou a melodia ao compositor carioca Renato Rocha, para que ele colocasse letra. Nasceram os versos:
“Não dá pé
Não tem pé, nem cabeça
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem jeito mesmo...”
Letra posta, título trocado para Bicho de Sete Cabeças, devidamente aprovada por Geraldo Azevedo, foi gravada por ele em diversos momentos: no LP Bicho de Sete Cabeças, de 1979, lançado pela Epic/CBS; no LP A Luz do Solo, de 1985, lançado pela Polygram/Barclay; no CD Ao Vivo – Geraldo Azevedo, de 1994, lançado pela Geração/BMG Ariola. A música tornou-se um grande sucesso, a ponto de tornar-se um dos hinos da geração bicho-grilo.
Mas, o inesperado aconteceu. A reação de Zé Ramalho diante da letra de Renato Rocha foi de profundo desagrado: “É, realmente, não tem pé, não tem cabeça!” Geraldinho confessou, bem-humorado, para a jornalista Maria do Rosário Caetano, do jornal O Estado de São Paulo, que Zé Ramalho “implicou, não gostou de jeito nenhum”.
A implicância foi levada tão a sério que Zé Ramalho exigiu de Geraldinho que, sempre que a música fosse apresentada só na versão instrumental – tal qual eles haviam composto –, ele a creditasse como Bicho de Sete Cabeças. Mas, quando fosse cantada com letra, que ele a creditasse como Bicho de Sete Cabeças II. “Atendi a este desejo dele no disco-coletânea Minha História (1994/Polygram)”, afirma Geraldinho. E também no CD O Grande Encontro
II - Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho, de 1997, lançado pela BMG Brasil. Quem quiser tirar a prova dos nove, basta consultar os discos.
No ano de 2000, a música serviu de trilha sonora e como título do filme, dirigido por Laís Bodanzky. A película foi vencedora do Festival de Cinema de Brasília daquele ano. A escolha da música pelos produtores do filme deixou Geraldinho muito satisfeito, ainda mais quando soube que ela seria interpretada pelo maranhense Zeca Baleiro.
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Ruy Godinho
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1 Grafia original do título.
2 Geraldo Azevedo de Amorim 11/01/1945 Petrolina-PE.
3 José Ramalho Neto 03/10/1949 Brejo da Cruz-PB.
2 Geraldo Azevedo de Amorim 11/01/1945 Petrolina-PE.
3 José Ramalho Neto 03/10/1949 Brejo da Cruz-PB.
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Muito legal saber dos bastidores da música, estou me sentindo uma privilegiada, quando leio a coluna "Então foi assim".
ResponderExcluirAbrs, Quinan.
Abraços também Lene, o Ruy é muito bom... além de um grande amigo.
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