sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Madrugada
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A madrugada engolia a cidade
Apagando para as manhãs
Os últimos vestígios agitados
Do dia emudecido na noite
Um pecador costumado
E retardatário procurava
O pecado saído de moda
Em ruas e becos
Um bêbado urinava sua bílis
E a porta do bar bebia tostões
Oferecendo ao mortiço
O impreciso da mulher sem dor
Um guarda-noturno dormia sua vida
Os sonhos não cabiam nas horas
E vagavam entre o sigilo da calçada
E algum súbito despertar
Um poeta semeava a angústia
Perambulando pelo silêncio
E o sussurro de janelas
Portas e cemitérios
Esmolava a saudade
Nas suas lembranças
Para suportar vivendo
A vida de sua solidão
.
MQ
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