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continuação...
Na Intendência
A providência tinha que ser imediata, pedia o intendente. O governador o chamara ao palácio, em reunião com o bispo, para que se tomasse todas as medidas para acabar com aqueles boatos.
Sentados a sua frente o desembargador-chefe de polícia Dr. Otávio, o tenente Felópio da capitania, o major Eustáquio da brigada, o tenente Silveira do corpo de bombeiros e o Dr. Batista, presidente do conselho municipal. Ouviam o pedido do intendente para que se policiassem os locais de maior concentração popular: feiras, portos, estações e até no arraial nazareno. Haviam combinado junto ao bispo e ao governador que seriam tomadas essas providências, além de formar uma patrulha de duas alvarengas, armadas para patrulhamento da baía. O bispado, por sua vez, iria enviar um representante aos jornais pedindo para tirar o assunto das primeiras páginas. A recomendação era de que evitassem o tumulto, principalmente nos logradouros.
Queria o intendente que fosse apurado com muito rigor o motivo da morte do carregador do Porto do Sal, para isso, que se destacasse alguém para ir ao necrotério acompanhar o caso de perto, e que não divulgasse a causa da morte sem que ele soubesse primeiro. Queria evitar a todo custo que os jornais fizessem qualquer alarde em suas edições do dia seguinte. Chegou aos ouvidos do governador que até o comandante do navio americano que aportou esta manhã tinha visto a tal visagem. Era necessário falar com ele antes que qualquer repórter o fizesse.
- Lembrem-se, dizia o intendente, não podemos aceitar que uma crendice dessas envolva o navio americano e muito menos que cause qualquer problema em nossa maior festa religiosa.
continua...
MQ
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quinta-feira, 1 de outubro de 2009
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