quarta-feira, 6 de maio de 2009

AIDENOR AIRES

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ANTONIO POTEIRO

Ah, velho mago,
enfeitiçaste o barro!
Bom e antigo barro
que sonhava ser cova de semente
e corpo de tijolo.
Ao teu toque
e riso de Merlim caboclo
o barro se fez gloria,
o barro se fez riso,
o barro se fez dor.

Enfeitiçaste
com teus sortilégios
a cor que espreguiçava
no mundo.

Agora, vê o espelho
de tua traquinagem!
A cor não se contenta
em ser primavera, em ser manhã,
em ser noite ou floração;
toda a cor do mundo se rebela
e vem virar milagre
festa e pão
no território de tua casa,
no latifúndio de tua mão.

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