quinta-feira, 2 de abril de 2009

OBRA PRIMA DA MÚSICA BRASILEIRA

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Poeta de todos os cantos
Théo de Barros / Rita Althério

Para Paulo Cesar Pinheiro

Poeta de fogo e viola
Chega em canoa de rio
Me prende em sua gaiola
Me enlaça no seu rodopio
E vem contando história
Cabocla de casario

Seu verso tem força de espora
De vento soprando bravio
Poeta de jongo e tambor
Vem de Aruanda e cacimba
Cuida que nem bem feitor
Da rima que brota da ginga

É um camará dançador
E sua bandeira ele afinca
A lua se enche de amor
Os versos na ponta da língua

Poeta de cuia e cipó
Se encanta com raio e trovão
Rebenta lá no Igapó
Chocalho de cobra na mão

Seu verso amarra e dá nó
Se prende no meu coração
É dança de índio Kaipó
Tem flecha e fisgada de arpão

Poeta de beira de praia
Chega em barco pesqueiro
Escreve versos e ensaia
Em roda de jangadeiro

E vai armando a tocaia
Com o seu verso praieiro
E num mocambo de palha
Sou eu o seu prisioneiro

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