quinta-feira, 24 de setembro de 2009
JEITO DE SENTIDOR - Modos
.
Além do jeito de imensidão e o olhar
Quero todos os gestos
E o gosto dos teus pecados
O modo das tuas mãos
E o que há no mistério
Espalmando a verdade
Quero também o que arde
E o que escondes na razão
Quero teu silêncio dentro da minha boca
E teus lábios no meu corpo
Tua vontade e os desejos incontidos
Que o teu riso revela
Quero o sossego da tua harmonia
E também a paixão das tuas lutas
O remorso de qualquer ação
E tua sede quando restar angústia
Quero todos os momentos
Em que te sinto longe de mim
Neles contarei histórias
Para o teu amor me enxergar
Quero o que difere a tua vida da minha
Estar em ti como estás em mim
Inventar estrelas e ter a lua nas mãos
Para abrir sua luz onde passares
Porque a beleza dos teus pés
Devem só pisar luares
Quero-te também desolada
E se de amargura for teu caminho
Tenho afagos para te dar
Quero também tua crença e tua paz
No meu íntimo incrédulo e vazio
E que dê a carícia das palavras
Ao que cega minha voz
O que sabes do amor
Ensina-me e permite
Que eu chegue perto da tua dor
Com uma nesga de razão
E deposite, te peço,
A liturgia da tua sensualidade
Nos meus braços implorantes
E o que está prenhe nos teus sonhos
Deixa estar nos meus também
Nenhum castigo se imponha
Sem me teres pelas mãos
E se tua memória falhar
Ao contar-me segredos
Inconfidências ou se esqueceres
Algumas verdades
Espera apenas o tempo da tristeza
Que magoado te amarei mais
Se fingir não estar ao teu lado
Acredita no teu amor
Impregnado como seiva
Freqüentando meu destino
Quero teus lamentos e um pouco da tua vida
Para neles plantar minhas vertigens
Quero também tua desatenção
A tristeza de algum momento
E tua pele dolorida
Para ungir com bálsamo
Misturando na compreensão
Nossos cheiros
Quero a carne dolorida da tua vaidade
Para enternecer minhas mãos
E se te sentires impotente
Em me mostrar o teu amor
Não temas o que és ao querer-me
Não acredito na impostura
E nem temo o que embriaga
Dá ao poeta compaixão
E ao amor o que és
Porque dester-te parece jeito infindo
De estar morrendo sem piedade
Desmerecendo o amor
MQ
.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Muito lindo Quinan!
ResponderExcluirSaiba que seus poemas são "moedas de ouro" (dessas que não sofrem oscilações no mercado,rs)
Poesias que tenho lido e amado.
bjos.
Edilene,
ResponderExcluirObrigado amiga querida.
Abraços.
Um dia falei a você que não gostava de comentar poemas porque é muito difícil, e ás vezes inútil, encontrar palavras pra traduzir o que sentimos quando os lemos...
ResponderExcluirMas... esse poema é um cântico, é lírico e é tão real. E fala de um amor... ah... quem não quer algo assim?
Peço à vida que proteja sua inspiração de todo o mal.
Beijo
Marielza,
ResponderExcluirObrigado amiga querida.
Beijão.