quinta-feira, 11 de março de 2010

CAMILO DELDUQUE - O ESTILETE DO DIABO...


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Estado de graça


Escurece quando a guilhotina me corta
A porta aberta
O berro e as comportas

A natureza não está morta
Invariavelmente ela é torta
sem sorte
sem porte


Alegre como o povo que cerca o patíbulo
Que balança o turíbulo e a toga
A saga do amor violento
do instinto
na cabeça

Escurece quando tenho que me desculpar ao carrasco
E quando sinto asco
Me abaixo em salamaleques
Abanando os leques nas vertigens
Deixando em cada sonho
A impressão de que não vivi


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