quarta-feira, 10 de março de 2010

MARIELZA TISCATE


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“Se”

E se acabar o dia, a noite, o riso,
O prazer, a luz,
Estrelas
Amigos, estradas?

Se acabar a paz,
A luta, o beijo
O sono, o sonho
A flor, o vinho
Se acabar o fim e o meio?

Se o relógio parar
Se o tempo sumir
O espaço seguir
Para o nada?

Se tudo isso não for
O que eu pensava
Se o contrário for a regra
Minha idéia um gracejo
Se a memória me trair
Na hora da virada?

Enquanto não for lá ver
Todo “se” é nada
Nada faz sentido se estou parada
Não toco a pele dos momentos
Não bebo o cálice das horas
A água, o sangue
Gemidos, suspiros e gritos

Se me nego o suor
E não entro no vulcão
Meus dias serão “se”
E a resposta será “não”


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4 comentários:

  1. Lindíssima poesia Quinam,
    Fico feliz em saber que a minha terra ainda está produzindo gente de sensibilidade e bom gosto. A mensagem é óbvia: "se" não reagirmos nada acontecerá, ou melhor, a laia dos incompetentes e desentusiasmados properará! Um abraço fraterno desse conterrâneo que sente muita saudade de Belém.

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  2. Leonam,

    Seja sempre muito benvindo.

    Abraço.

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  3. Inquietante
    Desconfortável
    E lindo.

    "Se tudo isso não for
    O que eu pensava
    Se o contrário for a regra
    Minha idéia um gracejo..."

    E se for melhor "deixar a vida me levar"?

    Beijos

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