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Nenhuma palavra é dita assim, fácil.
É preciso
Arrancá-la da pele.
Tirar o sangue
Do seu sentido.
Não ter medo
De sua veia aberta.
Ninguém escreve uma palavra assim, fácil.
O espelho de uma letra
Nem sempre mostra
A beleza de seu reflexo.
E é preciso saber olhar
O rosto disforme
Do que sentimos.
Para contá-lo.
E ao contá-lo
É preciso reconhecê-lo.
E estamos lhe oferecendo
A eternidade.
E é provável
Que ele sempre volte.
E nos será cobrado recebê-lo.
Escrever nunca é fácil.
É mais um traço.
Na parede de um condenado.
Everton Behenck - http://apesardoceu.wordpress.com/
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sábado, 20 de março de 2010
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