segunda-feira, 8 de março de 2010

PROCURA


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procura


procurava pela cidade socorro
em alguma outra metade
e só encontrava partes
quantas vezes a estridência dos gritos
desesperados ecoava
da minha janela até a escadinha do cais
quantas vezes gritei socorro
nas cores
n’alguma rima
ou pelos bares
alento de ombros amigos
às vezes me calaram
quando a voz roucamente
só podia sussurrar socorro
não soube te pedir para ficar
o encontro foi breve
marcou novamente a vida
intensa vida
que cabe até em momentos
repetindo simétricas
esperas
até quando da janela
e aí
já enlouquecido pelo tempo
gritar de novo
socorro


.
MQ
.

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